Economia

País cai pelo sexto ano consecutivo no ranking global de competitividade

Fica em 57º lugar - o pior desempenho em 27 anos - numa lista de 61 economias. Em itens como eficiência do governo, fica em último lugar, perdendo até para a Venezuela

Rosana Hessel
postado em 31/05/2016 06:05

Fica em 57º lugar - o pior desempenho em 27 anos - numa lista de 61 economias. Em itens como eficiência do governo, fica em último lugar, perdendo até para a Venezuela


Enquanto a Argentina sobe degraus, o Brasil desce e permanece entre as piores economias no Ranking de Competitividade Global da renomada escola de negócios International Institute for Management Development (IMD). De acordo com estudo divulgado ontem, na Suíça, houve queda pelo sexto ano consecutivo e o país atingiu o pior patamar em 27 anos: 57; lugar, numa lista de 61 pesquisados ; à frente apenas de Croácia, Ucrânia, Mongólia e Venezuela.

A melhor colocação do Brasil no ranking do IMD ocorreu em 2010, quando alcançou 38; posição. A Argentina, que acaba de trocar de governo, galgou quatro posições e passou do 59; lugar, em 2015, para o 55;, neste ano. ;Esse é o pior patamar alcançado pelo Brasil desde o início da pesquisa, em 1989. A queda está relacionada com os escândalos de corrupção no país no último ano e da baixa eficiência do governo;, explicou o economista e pesquisador-sênior do Centro de Competitividade do IMD, José Caballero.

O Brasil ficou em último lugar em itens importantes e fez com que a imagem do país ficasse entre os piores do ranking, como eficiência governamental e em finanças públicas, item em que o país ficou em último lugar. Aliás, a eficiência do governo vem apresentando pioras constantes desde 2009 até chegar em último lugar em 2016. Outro ponto negativo da economia brasileira apontado pelo estudo é a produtividade, que deixou o país em penúltimo lugar. ;A produtividade do trabalhador brasileiro é muito baixa, até a Venezuela ganha do Brasil nesse item;, destacou o economista.

O professor Carlos Arruda, coordenador do núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral e responsável pela pesquisa no IMD no Brasil, informou que a economia brasileira só não perdeu mais posições porque ;não tem mais como cair no ranking;. ;O país vem sofrendo com a dificuldade de conquistar o crescimento econômico e a degradação das contas públicas impactou no ambiente de negócios. Em torno disso, o desemprego e as dificuldades de sustentação da atual gestão no poder fez com que o país tivesse esse desempenho ruim novamente;, explicou.

Na avaliação do acadêmico, o Brasil foi ultrapassado pela Argentina mesmo atravessando uma situação econômica tão crítica quanto a brasileira devido à mudança do governo no país vizinho. ;A comunidade empresarial argentina tem confiança que o país está em uma rota de transformação. Houve mudança na atitude do governo e, por isso, o país ganhou posições no ranking global.;

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