Rodolfo Costa
postado em 05/06/2016 08:00
A saúde pesa no orçamento do brasileiro. E não se paga uma vez só. A população desembolsa tributos e, em muitos casos, também banca um plano médico, na expectativa de ter socorro garantido. Não adianta: mesmo com tudo isso, não consegue atendimento decente. Quando precisa, de fato, dos serviços, descobre que os procedimentos necessários não estão disponíveis, ou enfrenta demora na autorização. Sem contar o descaso que permeia toda a comunicação. Em algumas situações, a burocracia e a negligência das operadoras provocam até morte do usuário e um drama nas famílias em consequência da perda.
É o que vive o estudante Tiago Santos Lima, 22 anos. A mãe dele, que não quis se identificar, está em depressão desde que o irmão, Laércio Tomaz dos Santos, 49, faleceu, há 20 dias. ;Meu tio perdeu a vida por negligência do plano de saúde. Nunca vou me esquecer de vê-lo em uma maca, com dificuldades para respirar. Ele pediu para segurar minha mão e começou a ficar inchado. Estava com medo de morrer;, diz o jovem.
Santos trabalhava como vigilante e deu entrada no Hospital Regional do Guará (HRGu) sentindo fortes dores de cabeça e na região do peito, em 14 de maio. O hospital não tinha equpamentos para atendê-lo. A família tentou, então, atendimento com o convênio, da Associação de Assistência Plena em Saúde (Pame).
Nos hospitais credenciados, não havia vaga. Quase sem esperanças de conseguir a internação, O estudante e os demais familiares foram até o Hospital Santa Lúcia Norte, antigo Prontonorte, que era próximo a um dos indicados pelo plano. Lá, descobriram que o centro médico aceitava o convênio e que havia leito para receber o tio. Foi necessário desembolsar R$ 1 mil à vista para custear o traslado da UTI móvel do Guará até a Asa Norte ; transporte que o plano se recusou a autorizar. Os familiares deram entrada na noite de sábado no hospital particular e não encontraram nenhum impedimento por parte do centro médico em aceitar o plano. Mas já era tarde. Ele morreu no dia seguinte.
Indignados, os familiares culpam a ineficiência do atendimento do plano. ;Por eles, eu não saberia que meu tio podia ter acesso à UTI. Pode ser que outros hospitais aceitem o plano, mas nunca vou saber a verdade. Parecia que eles queriam que meu tio morresse ali mesmo, no hospital público;, desabafa. A reportagem tentou contato com a Pame, mas não conseguiu acesso nos números de telefone divulgados.
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