Economia

Centrais rejeitam idade mínima em reforma na Previdência

Em reunião com sindicalistas para debater mudanças no sistema de aposentadorias, Temer pede compreensão e diálogo, e diz que não fará nada contra os trabalhadores. Propostas de reforma da Previdência devem ser levadas ao Congresso até o fim do mês

postado em 11/06/2016 08:00


As centrais sindicais reforçaram a posição contrária à proposta de estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria, durante reunião, ontem, com o presidente interino Michel Temer para discutir ações de combate ao desemprego e a reforma da Previdência Social. Participaram do encontro ; um almoço no Palácio do Jaburu ; 85 representantes de sindicatos ligados a quatro centrais: Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). Esse grupo representa cerca de 60% dos sindicatos e tem aproximadamente 5 milhões de filiados. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) não tem participado de reuniões com Temer por não reconhecer a legitimidade do governo interino.

O governo criou no mês passado um grupo de trabalho para debater alterações nas regras previdenciárias. Na época, afirmou que as propostas seriam encaminhadas ao Congresso em um mês ; prazo que se encerra amanhã, mas agora foi estendido para o final de junho. O presidente afirmou que não fará nada contra os trabalhadores e apelou por compreensão e diálogo, ;em nome do país;, que assumiu em grande dificuldade. ;Elas são maiores do que vocês podem imaginar;, declarou. ;Temos que fazer mudanças por meio do diálogo. Vamos nos entendendo. Não podemos ir da cordialidade para a falta de cordialidade;, afirmou Temer.

As declarações foram publicadas pela assessoria de imprensa no Twitter do presidente interino ainda enquanto transcorria o encontro. Ele lembrou que completou 27 dias no governo, período em que aprovou medidas importantes no Congresso, como a ampliação da meta fiscal, para um deficit de R$ 170 bilhões e a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU).

Discórdia

Na saída do almoço, que durou cerca de duas horas, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), disse que o principal ponto de discórdia entre as centrais e a proposta do governo é a insistência em estipular uma idade mínima para a aposentadoria. ;Estamos apresentando propostas para o governo resolver de imediato o caixa de Previdência, como vender prédios abandonados, e destinar a ela metade do dinheiro arrecadado com jogos de loteria, medida que deverá ser aprovada pela Câmara. Qualquer reforma é de médio e longo prazos. Precisamos resolver o problema do deficit que a Previdência tem;, afirmou.

Está marcada para segunda-feira uma reunião das centrais sindicais com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o da Fazenda, Henrique Meirelles, no Palácio do Planalto. O presidente da Força Sindical disse que uma das sugestões levadas ao presidente interino para estimular a geração de empregos é a edição de uma medida provisória para tratar dos acordo de leniência de empresas que têm diretores presos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. ;Não queremos interferir na Lava Jato, mas as empresas não podem pagar pelos malfeitos dos diretores; isso (os acordos) pode alavancar o setor da construção;, declarou.

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