Economia

BC da Nigéria abandona política de atrelar moeda ao dólar

A cotação no mercado paralelo já atingiu cerca de 370 nairas por dólar. A moeda tem estado pressionada desde o fim de 2014, quando os preços do petróleo começaram a recuar fortemente e a pressionar economias dependentes de commodities, como a Nigéria, a Arábia Saudita e a Venezuela

Agência Estado
postado em 15/06/2016 14:06

O Banco Central da Nigéria abandonou nesta quarta-feira (15/6) uma política de atrelamento da moeda do país, a naira, ao dólar. Vários economistas e empresários acusavam essa iniciativa de exacerbar a recessão na maior economia da África, bastante dependente do petróleo.

O presidente do BC nigeriano, Godwin Emefiele, disse que a naira variará conforme as flutuações do mercado, a partir da segunda-feira. Durante mais de um ano, a instituição manteve a moeda no nível de 197 nairas por dólar.

A cotação no mercado paralelo já atingiu cerca de 370 nairas por dólar. A moeda tem estado pressionada desde o fim de 2014, quando os preços do petróleo começaram a recuar fortemente e a pressionar economias dependentes de commodities, como a Nigéria, a Arábia Saudita e a Venezuela.


A Nigéria tem sido dos mais afetados pelo quadro. O país recentemente perdeu seu título de maior produtor de petróleo no continente para Angola, como resultado de ataques militantes em oleodutos e outras infraestruturas do setor. A violência é motivada em parte pelas crescentes reclamações de que o presidente Muhammadu Buhari não mantém as promessas de campanha, após vencer no ano passado, de acabar com a corrupção e criar empregos, no empobrecido país de 180 milhões de habitantes.

A Nigéria conseguia US$ 3,2 bilhões ao mês em moeda estrangeira em 2014, porém a queda do petróleo levou esse montante a US$ 1 bilhão ao mês neste ano. A economia do país encolheu 0,4% no primeiro trimestre e a inflação em maio disparou para quase 16% na comparação anual.

Economistas têm argumentado que a manutenção do valor da moeda em patamar artificialmente alto apenas dificulta importações fundamentais, como as de combustível e de alimentos. Fonte: Dow Jones Newswires.

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