Economia

Frio aquece vendas de agasalhos no DF; comércio investe em promoções

Muitas lojas estão liquidando o estoque acumulado. Os efeitos da crise econômica, do desemprego e da redução do poder de consumo dos brasileiros vêm afetando fortemente o setor de tecidos

postado em 16/06/2016 06:44
Gleusa Dornelles tem esperança de que as temperaturas baixas recuperem, em parte, as perdas da loja nos últimos meses

Apesar de o inverno só começar na próxima semana, as baixas temperaturas estão movimentando a venda de artigos e acessórios para o frio. A gerente da Primavera Enxovais, Claudia da Silva, 42 anos, contou que a procura aumentou 30% desde a última segunda-feira e que, para atrair os clientes, eles estão fazendo promoção de mantas. ;Já está fazendo frio e tem muita gente querendo comprar cobertores e edredons;, destacou.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista), Edson de Castro, afirmou que as vendas estão 1,5% mais aquecidas, comparando com o mesmo período do ano passado, e que muitas lojas estão liquidando o estoque acumulado. ;A procura não é tão grande por Brasília não ter um inverno rigoroso, mas os comerciantes estão tentando incentivar as vendas parcelando no cartão de crédito;, destacou.

[SAIBAMAIS]A proprietária da Artchê, Gleusa Tania Dornelles, 68 anos, viu as vendas despencarem nos últimos meses, mas, com a chegada da temporada fria, tem esperança de que as coisas melhorem nos próximos dias. ;Esta semana, as vendas de jaquetas já aumentaram. Se subirem pelo menos 5%, já estarei feliz da vida;, analisou.



Além da chegada do inverno, Gleusa acredita que as férias de julho incentivam as vendas. Foi o que motivou, por exemplo, a designer de moda Maria Nunes, 35, a pesquisar preços de agasalhos e roupas térmicas nas últimas três semanas. Ela decidiu aproveitar o recesso em Gramado, na Serra Gaúcha, um dos lugares mais frios do país, e quer estar preparada para as baixas temperaturas. ;Para comprar jaquetas e casacos fui a lojas de departamento, consegui por um preço mais acessível. Eu sempre priorizo escolher roupas que dê pra usar aqui em Brasília ou de boa qualidade;, disse.

O economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fábio Bentes acredita que a mudança de estação ajudará o segmento de vestuário, mas que não salvará o setor que tem previsão acumular queda de 13% no ano. ;O frio tem data para acabar, mas é um suspiro para os comerciantes depois de enfrentar o pior começo de ano desde 2001. Essa, provavelmente, será a melhor época para o setor;, ressaltou. O especialista alertou os consumidores para aproveitar promoções de troca de estoque, pois com o aumento da demanda, os valores das mercadorias tendem a subir.

Os efeitos da crise econômica, do desemprego e da redução do poder de consumo dos brasileiros vêm afetando fortemente o setor de tecidos, vestuários e calçados que acumula queda de 12,2% de janeiro a abril.

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