Economia

Juros curtos fecham com viés de alta e longos recuam com aversão a risco

Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 indicou 13,785% (145.465 contratos), de 13,775% no ajuste anterior

Agência Estado
postado em 17/06/2016 17:08

Os juros futuros de curto prazo encerraram com viés de alta e os longos recuaram nesta sexta-feira (17/6). A percepção de que o referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), que tem sido chamado de risco Brexit, marcado para o dia 23, pode ser adiado ganhou força de ontem para hoje e favoreceu a redução da aversão ao risco nos mercados. No período da tarde, afirmações do secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, negando que o País repetiria em 2017 o déficit primário de R$ 170,5 bilhões esperado para este ano corroboraram o alívio das taxas longas.

Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 indicou 13,785% (145.465 contratos), de 13,775% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2018 (174.170 contratos) passou de 12,77% para 12,78% Com 126.630 contratos, o DI janeiro de 2019 caiu de 12,59% para 12,54%. O DI janeiro de 2021 (102.040 contratos) terminou em 12,62%, de 12,70%.

"Como houve suspensão da campanha pelo segundo dia, há informações de que o referendo poderia ser adiado, o que está favorecendo a melhora dos ativos, com o dólar recuando fortemente. Nesse cenário, os longos caem", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.



No front doméstico, as afirmações de Mansueto sobre a meta fiscal de 2017 no começo da tarde foram bem recebidas. "Não sei de onde tiraram esse número, porque na Fazenda estamos rodando os modelos hoje", disse o secretário, que participou nesta sexta-feira de reunião mensal de Conjuntura Econômica da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), referindo-se à notícia veiculada hoje na imprensa segundo a qual o País repetiria em 2017 o déficit primário de R$ 170,5 bilhões previsto na meta de 2016.

As taxas curtas oscilaram em alta, refletindo os receios com a inflação de curto prazo neste início da era Ilan Goldfajn no Banco Central, já que o tema será tratado no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) que sai no fim do mês. Hoje, mais um índice de inflação no atacado veio salgado e reforçou a avaliação de que a pressão logo chegará ao consumidor. O IGP-M subiu 1,33% na segunda prévia de junho, ante avanço de 0,68% na segunda prévia do mesmo índice de maio, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

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