Economia

Medida do governo altera leis e facilita a privatização do setor elétrico

A MP 735, publicada ontem, altera diversas leis do setor elétrico para agilizar a desestatização de concessionárias, limita o aporte de União na Eletrobras em R$ 3,5 bilhões e retira da estatal a gestão de dois fundos setoriais

Simone Kafruni
postado em 24/06/2016 08:16
Com serviços precários, a distribuidora de Goiás, Celg, vai a leilão em setembro e o preço mínimo é de R$ 2,8 bilhões

O governo deu o primeiro passo para privatizar as estatais do setor elétrico e tentou blindar os gastos da União com a Eletrobras com a Medida Provisória 735, publicada ontem pelo presidente interino, Michel Temer. A nova norma altera trechos de diversas leis e regulamentações, limita o aporte do Tesouro em R$ 3,5 bilhões até 2017 na Eletrobras e retira da estatal a gestão dos recursos de dois fundos setoriais. A medida facilita a transferência do controle de empresas elétricas para a iniciativa privada. A desestatização deve começar pela Celg, na qual o governo federal é sócio do estado de Goiás.

[SAIBAMAIS]A MP 735 corrige regras da MP 706/2015 que foram vetadas na quarta-feira passada. Como estava, a 706 beneficiaria apenas as concessionárias da Eletrobras localizadas no Norte do país, que usam energia termelétrica. Antes, o socorro previsto às distribuidoras era de R$ 10 bilhões. Com o novo texto, o governo limita o aporte na Eletrobras em R$ 3,5 bilhões até 2017 para cobrir gastos com combustível. Os repasses, segundo a MP, estão ;sujeitos à disponibilidade orçamentária e financeira;.



Para o presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello, o governo blindou os gastos da União com o setor elétrico. ;Limita o valor de repasse e determina que, se os custos com combustível das subsidiárias do Norte passarem de R$ 3,5 bilhões, o resto vai para a tarifa;, explicou.

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