Rosana Hessel
postado em 24/06/2016 15:31
As agências de classificação de risco Standard & Poor;s e Fitch Ratings acenderam o sinal amarelo para o Reino Unido após o resultado do referendo pela saída do país da União Europeia, realizado ontem e que fez os mercados globais desabarem nesta sexta-feira (24/06). Ambas avisaram que deverão rever as notas do país. A libra teve a maior desvalorização dos últimos 30 anos e atingiu o menor patamar desde 1985; Já o dólar registra valorização em relação às moedas emergentes e ao euro.
[SAIBAMAIS]Logo pela manhã, a S soltou uma nota informando que vai rever as notas do Reino Unido, podendo rebaixar o país em mais de um patamar, devido ao resultado do referendo ;nas próximas semanas;. ;Apesar do voto ;deixar;, qualquer saída provavelmente será um tempo longo processo;, destacou a agência, que informou ser provável que qualquer mudança no rating soberano não afetará automaticamente os ratings dos bancos comerciais e das seguradoras.
A agência prevê uma ;considerável; volatilidade no câmbio e uma desaceleração nos investimentos estrangeiros no país. Além disso, o enfraquecimento dos mercados imobiliários e perdas de alguns negócios e na confiança dos consumidores. Para a S, a médio prazo, é possível que ocorra um corte no investimento de empresas não-financeiras em território britânico, que poderá prejudicar a produtividade e a competitividade das indústrias de manufatura e de serviços no país.
Outro risco destacado pela S é o fiscal. Segundo a agência muitos dos ratings que ela concedeu aos governos locais britânicos e de outros organismos públicos supunha que o governo do Reino Unido estaria disposto e capaz de fornecer suporte extraordinário para evitar um default e, agora, com a confirmação da saída do país da UE também esses ratings deverão ser rebaixados junto com o soberano.
Na parte da tarde foi a vez da Fitch também divulgar uma nota afirmando que o resultado ;é amplamente negativo; para a maioria das notas de crédito do Reino Unido devido ao aumento das incertezas, e antecipou que pretende revisar a nota do país. ;A saída da UE será moderadamente negativa para o crédito do soberano do Reino Unido e, conforme havíamos declarado anteriormente, a agência irá em breve rever o rating do país. Qualquer ação de rating negativa no soberano afetaria um número relativamente pequeno de ratings ligados a ele, ou limitados pelo teto país, como infraestrutura, finanças públicas, finanças estruturadas e dívida de bancos garantida pelo governo;, afirmou a agência, acrescentando que, as mudanças nos rating de outros setores, a curto prazo, serão limitadas. Para a Fitch, a médio e a longo prazos, quaisquer ações de rating mais amplas provavelmente dependerão de fatores como a dimensão e a duração do impacto sobre o PIB (Produto Interno Bruto); e a extensão da depreciação da libra e seus efeitos subsequentes na inflação, preços dos ativos, desemprego e taxas de juros. ;A impossibilidade de conseguir acordos comerciais favoráveis também seria um aspecto significativamente negativo para alguns setores. A situação do Reino Unido como um importante eixo bancário internacional poderá ser prejudicada, à medida que algumas linhas de negócios mudem para a UE. Aumento dos custos de importação e pressão sobre as exportações, devido à potencial imposição de tarifas, seriam amplamente negativos para as empresas. A extensão com que o Reino Unido conseguiria limitar a imigração líquida poderia ser significativa para algumas classes de ativos;, destacou a nota.