Economia

Oi diz que 'vida operacional' continua e investimento será maior este ano

Com dívidas de R$ 65,4 bilhões, companhia pediu recuperação judicial na semana passada, mas anunciou lançamento da TV por assinatura pré-paga e mais novidades em feira da ABTA

Simone Kafruni
postado em 29/06/2016 15:15

São Paulo - Apesar das más notícias, a vida operacional da operadora Oi continua normal e os investimentos da empresa serão maiores este ano, disse ontem o diretor de varejo da companhia, Bernardo Winik. ;A despeito de todo nosso problema macroeconômico, estamos crescendo;, afirmou. Com dívidas de R$ 65,4 bilhões, a Oi pediu recuperação judicial na semana passada. ;Esse processo é com bancos e credores, e não afeta os consumidores. Nossas vendas não diminuíram, tampouco as recargas;, garantiu Winik.

Com dívidas de R$ 65,4 bilhões, companhia pediu recuperação judicial na semana passada, mas anunciou lançamento da TV por assinatura pré-paga e mais novidades em feira da ABTA

O diretor apresentou números e novidades da operadora na feira da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), que abriu ontem no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Segundo Winik, não há ;um indicador sequer; pior do que há 12 ou 24 meses. ;Do ponto de vista de mercado, não sentimos nada. Meu orçamento não mudou, meus desafios estão todos mantidos e são de crescimento;, sentenciou.



Winik ressaltou que a companhia investiu R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre do ano, crescimento de 22,3% sobre igual período do ano passado. ;Quando apresentarmos os dados do segundo trimestre ao mercado, o investimento acumulado de 2016 terá superado o do ano passado;, assegurou.

A estratégia da companhia tem sido alinhar o portfólio à demanda do país em recessão, oferecendo pacotes conforme a necessidade dos consumidores, detalhou Winik. O diretor explicou que, por isso, a Oi é a única operadora que aumentou sua base de clientes de TV por assinatura, conforme relatório da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de abril. Os dados apontam que, no primeiro quadrimestre, a expansão foi de 17,5%, enquanto as outras operadoras encolheram.

;Com o Oi Total chegamos a 320 mil assinantes desde o lançamento, há pouco mais de três meses. São 80 mil novas assinaturas por mês, sendo que 50% dos combos têm TV paga. Nossa projeção é terminar o ano com 1 milhão de assinantes, 20% de novos clientes;, estimou.

Novidades
Diante do cenário econômico de recessão, a estratégia da Oi é oferecer produtos que caibam no bolso dos brasileiros. Ontem, a Oi lançou a TV por assinatura pré-paga. O objetivo é conquistar os 1,2 milhão de clientes que tem a caixa (set up box) da Oi, mas acessam apenas os canais abertos.

Os pacotes de entrada custam R$ 24,90 para 15 dias e R$ 54,90 para 30 dias e podem ser pagos com cartão de crédito ou mesmo compartilhando as recargas do celular da Oi. A caixa custa R$ 599 e precisa ser adquirida pelos clientes que ainda não possuem o equipamento em comodato pelos contratos com fidelidade. Está disponível em 8 mil pontos de venda no país.

A empresa também anunciou que o Oi Play, plataforma de conteúdos da operadora, cresceu 32% este ano, atingindo 100 mil acessos por mês e 5,6 mil downloads do aplicativo. ;Nossas projeções de crescimento são agressivas. Há o desafio da questão econômica do país, mas nossos indicadores apontam que o ponto de inflexão ocorreu agora em junho e a retomada deve começar, por isso nosso movimento na direção de oferecer opções aos clientes, mais serviços pelo mesmo valor;, assinalou.

Winik disse, ainda, que a operadora não se preocupa com os serviços de OTT, como o Netflix. ;Cerca de 85% dos usuários mantêm a TV por assinatura. São serviços complementares, porque o Netflix não tem opções ao vivo. Não se rema contra a maré e o consumidor quer esse produto também. O que defendemos é a simetria regulatória;, afirmou. Conforme ele, a queda nos pacotes de assinatura tem mais a ver com a situação macroeconômica do país do que com o aumento da procura por serviços de streaming.

O diretor da Oi também reiterou que, na banda larga fixa, a companhia não opera com franquia e não aplica redução de dados ou interrupção do serviço ao fim do pacote. ;Não tenho nada a dizer sobre isso porque não há limite na Oi;, completou.

*Repórter viajou a convite da Oi

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