Economia

Diretores do Banco Central defendem intervenções na cotação do câmbio

Novos dirigentes da autoridade monetária consideram que ações pontuais são necessárias para corrigir distorções, mas não devem mudar tendência das cotações

Rodolfo Costa
postado em 06/07/2016 06:10

Carlos Viana, senador José Pimentel, presidente da CAE, Tiago Berriel e Reinaldo Le Grazie: flutuação suja

O compromisso de derrubar o custo de vida e resgatar o tripé de política econômica ; metas de inflação, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante ; marcou o discurso dos quatro novos diretores indicados pela diretoria do Banco Central, na sabatina a que foram submetidos ontem na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Por larga maioria, os senadores aprovaram as indicações de Reinaldo Le Grazie (Política Monetária), Isaac Sidney Ferreira (Relacionamento Institucional e Cidadania), Carlos Viana de Carvalho (Política Econômica) e Tiago Couto Berriel (Assuntos Internacionais). A decisão foi referendada pelo plenário da casa legislativa, no início da noite.

[SAIBAMAIS]Apesar de defenderem a aplicação do tripé macroeconômico ;de forma plena;, os quatro novos diretores são favoráveis ao câmbio flutuante ;sujo; ; a formação das cotações do dólar de acordo com as condições do mercado, mas com intervenções do governo. ;Intervenções pontuais que sirvam para corrigir fortes distorções são práticas saudáveis, desde que não alterem a trajetória da moeda, que é, em última instância, definida por um conjunto de fatores locais e externos;, defendeu Le Grazie. ;É preciso manter o regime de câmbio flutuante e usar as ferramentas cambiais com parcimônia para conter as disfunções do mercado;, argumentou Ferreira.

A atuação do BC no câmbio foi um dos temas mais levantados pelos parlamentares, já que, nos últimos dias, o BC recorreu aos swaps cambiais reversos ; operações equivalentes à compra futura de dólares ; para frear a queda da moeda norte-americana.

Gastos

Os indicados reforçaram ainda o compromisso, já assumido pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, de levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, no próximo ano. ;Uma inflação baixa e estável, que evite a corrosão dos salários e amplie horizontes, favorecendo a expansão dos investimentos e da produção, é condição indispensável para o crescimento do emprego e da renda, bem como para o fortalecimento das políticas sociais;, avaliou Le Grazie. Ele ressaltou que a responsabilidade fiscal tem peso importante para reduzir a inflação e, consequentemente, os juros reais. ;A eficiência da política monetária do BC será tanto maior quanto mais bem-sucedidos forem os esforços na implantação de reformas e na recuperação da responsabilidade fiscal;, destacou.

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