Rosana Hessel
postado em 12/07/2016 07:47
O Banco Central está com um enorme dilema nas mãos: deixar o dólar flutuar e, ao mesmo tempo, levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, até o fim de 2017, como vem prometendo. Com a moeda norte-americana na casa de R$ 3,30, a missão de reduzir o custo de vida pode ser mais fácil, mas o risco de o país prejudicar uma das poucas áreas que vêm dando sinais de recuperação, as exportações, aumenta, o que poderá resultar em mais desemprego.
;O BC precisa definir o que é prioritário em relação ao câmbio: combater a inflação, que significaria uma valorização do real ante o dólar, ou manter uma cotação que favoreça as vendas externas;, disse Otto Nogami, professor de Finanças da escola de negócios Insper. ;Acredito que a instituição prefere manter o processo de recuperação das exportações e buscar outros mecanismos para o combate à inflação. Logo, deve demorar um pouco mais para cortar as taxas de juros;, afirmou. Pelas contas do professor, o patamar ideal para o dólar, hoje, é de R$ 3,53.
[SAIBAMAIS]Ontem, o BC realizou a sexta intervenção no mercado de câmbio desde a posse de Ilan Goldfajn na presidência da instituição. Cada uma somou US$ 500 milhões. Hoje, repetirá a operação, a fim de ratificar os sinais de que está atento a movimentos atípicos. O dólar encerrou a segunda-feira cotado R$ 3,310, com alta de 0,47%. A Bolsa de Valores de São Paulo (BM) subiu 1,54%, para os 53.960 pontos, acompanhando os mercados internacionais.
Na opinião de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, a atual queda do dólar é pontual e, até o fim do ano, voltará a R$ 3,80. ;Hoje, infelizmente, o Brasil está na contramão do mundo, uma vez que todos os países estão desvalorizando suas divisas para tornar seus produtos mais competitivos;, frisou. ;O ideal é que o BC não deixe o dólar cair tanto para que possamos continuar com o forte ajuste nas contas externas;, ressaltou.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.