Agência Estado
postado em 14/07/2016 15:04
O secretário-executivo do Programa de Parcerias (PPI), Moreira Franco, disse nesta quinta-feira (14/7) ter recebido uma mensagem de uma empresa a respeito da concessão do aeroporto de Confins, em Minas Gerais, cujo teor era "absolutamente republicano", apenas comunicando a vitória no leilão do ativo.
"Não há nada ilícito, não há crime, a autoridade pública tem que conversar, as pessoas tem que falar, o governo tem que ouvir e saber das dificuldades", disse Moreira, em conversa com jornalistas após participar de evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O leilão do aeroporto de Confins foi realizado em 2013, sendo arrematado pelo consórcio AeroBrasil, composto pelo grupo CCR e pelos operadores Flughafen München GmbH e Flughafen Zürich AG, por R$ 1,82 bilhão.
Questionado sobre encontros com o presidente afastado da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo antes do leilão de Confins, Moreira Franco disse ter realizado reuniões "com todos eles".
"Espero agora ter encontros com todos os investidores. Nada disso agride a moral e as regras", disse. "Os encontros que tenho, e tive vários, sempre têm, como manda a regra pública, algum agente público acompanhando. Isso se dá com transparência, naturalidade, e é assim que tem que ser feito, não há outro caminho".
Um relatório da Polícia Federal elaborado para a Operação Lava Jato aponta que Azevedo e Moreira Franco, então ministro da Secretaria de Aviação Civil, trocaram uma série de mensagens de celular para tratar do leilão do Aeroporto Internacional de Confins, em Minas.
Para agentes federais, há suspeita de acertos prévios nas concessões de aeroportos realizados no governo Dilma Rousseff - o plano movimentou montante total de R$ 45 bilhões. As mensagens foram trocadas, de acordo com relatório da PF, entre 2013 e 2014 A força-tarefa apura se o esquema de corrupção da Petrobras foi reproduzido em outros setores, como o de transportes.
Câmara
Um pouco antes, Moreira Franco disse ver com grande esperança a eleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara Federal. "É necessário que a Câmara volte a ter um ambiente de tranquilidade e serenidade. Não de intolerância", disse o secretário e sogro do novo presidente da Câmara.
De acordo com Moreira Franco, o esforço de pacificação da Câmara vai se sustentar pelo número expressivo de votos que Rodrigo Maia teve. "Foram muitos anos de muita tensão. Estamos virando mais uma página da nossa crise política", disse o secretário.