Agência Estado
postado em 17/07/2016 11:18
Uma pesquisa feita pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) mostra que 64% dos empresários brasileiros acreditam que o impacto aqui da saída do Reino Unido da União Europeia será muito limitado. Para 43% deles, o divórcio na Europa causará uma instabilidade apenas a curto prazo, seguida de manutenção do cenário atual. Outros 21% acreditam que o processo terá baixo efeito nas operações brasileiras das empresas ou na economia.Leia mais notícias em Economia
Sobre possíveis efeitos negativos, mesmo que pontuais, os executivos avaliam com mais força três cenários: cambial, com incertezas e maior volatilidade das moedas (31%); imigratórios ou alfandegários, com novas regras para entradas de pessoas ou produtos no Reino Unido (29%); e político, trazendo dificuldades nas relações com os países europeus (20%).
Para 54% dos consultados pela Amcham, o Brexit pode ter impactos positivos, especialmente quando se fala na possibilidade de um maior relacionamento comercial Brasil-Reino Unido, em virtude de possíveis acordos individuais e abertura de novas frentes de negociação, inclusive para a cadeia agrícola.
Uma parcela de 21% dos entrevistados enxerga também vantagens na atração de capital, com fuga do risco da Europa e investidores buscando novamente mercados emergentes como o Brasil. Sobre possíveis setores que podem ser beneficiados no Brasil foram listados: agrícola (61%); financeiro (35%); indústria (31%); e serviços (30%).
Em relação ao Mercosul, a perspectiva é mais negativa. Para 43%, o Brexit trará maior burocratização e novos empecilhos nas negociações do bloco com a União Europeia. Outros 29% acreditam que serão mantidas as dificuldades já existentes.
A enquete da Amcham foi aplicada durante o evento promovido pela entidade, em São Paulo, no último dia 6. Foram ouvidos 113 empresários e executivos brasileiros dos mais variados portes e segmentos econômicos.