Economia

Confiança aumenta entre micro e pequenos industriais, diz pesquisa

Associação do setor leva pesquisa ao presidente interino, Michel Temer, que aponta melhora na expectativa dos micro e pequenos empresários do país

Simone Kafruni
postado em 21/07/2016 16:59

As micro e pequenas indústrias, que empregam 3 milhões de brasileiros, não querem ficar à parte das decisões do governo de Michel Temer que impactarem o setor. Esse pedido foi feito ao presidente interino, durante uma reunião na qual representantes da Associação Nacional dos Sindicatos da Micro e Pequena Indústria (Assimpi) disseram a Temer que a confiança do segmento aumentou.

Pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi) e apresentada ontem a Temer pelo presidente da entidade, Joseph Couri, aponta que o índice de empresários do setor afirmando que vão demitir caiu de 72% em maio para 42% em junho. ;São 30 pontos percentuais, um recuo significativo;, disse Couri. O levantamento mostra, ainda, que 75% dos entrevistados voltaram a ter confiança, 63% têm expectativa positiva na área econômica e 76% apostam no governo de transição.



;Entregamos a pesquisa a ele e pedimos que, no cenário dele se tornar o presidente efetivo, gostaríamos de ter participação e acesso às decisões relativas ao setor das micro e pequenas indústrias;, explicou. Temer, claro, gostou dos números e assumiu o compromisso de respeitar a Constituição Federal, que assegura tratamento diferenciado ao segmento. ;Existem várias necessidades do setor, entre elas, o acesso ao crédito. O presidente citou que vai trabalhar na direção de garantir custo e prazo competitivos;, afirmou Couri.

O dirigente destacou que houve muitas demissões e fechamento de empresas. Em SP, que representa 42% do setor, com 280 mil empresas das 700 mil existentes no país, as micro e pequenas indústrias, que já empregaram 1,6 milhão de pessoas, demitiram 300 mil trabalhadores desde 2014. ;Continuamos com problemas. O que mudou foi a confiança e a expectativa de mudanças;, reiterou. ;O setor é o primeiro a sentir a crise, mas também o que se recupera mais rapidamente;, emendou.

Couri destacou que a velocidade e a intensidade das demissões caíram em junho. ;Mas ainda não pararam. Acho que ainda não chegamos ao fundo do poço, mas estamos perto. Vamos ver o resultado da pesquisa de julho;, disse. O empresário assinalou que não acredita que mudanças estruturantes sejam tomadas antes da decisão do impeachment. ;A possibilidade de as medidas necessárias serem implementadas depende de Temer se tornar presidente efetivo;, afirmou.

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