Economia

Juros futuros fecham em alta em reação ao comunicado do Copom

Na ótica dos analistas, o destaque dado pelo comunicado aos riscos de alta da inflação reduziu as chances de início do ciclo de afrouxamento monetário em agosto

Agência Estado
postado em 21/07/2016 16:59

Os juros futuros fecharam em alta a sessão regular da BM, mais expressiva nos contratos de curto e médio prazos, que tiveram forte volume de negócios nesta quinta-feira, 21. O movimento teve respaldo na leitura do comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Selic em 14,25% ontem - o que era amplamente esperado. O mercado praticamente zerou as chances de um corte da Selic na reunião do Copom no final de agosto e reduziu também a probabilidade de que o ciclo comece em outubro com uma queda de 0,50 ponto, mas sim de 0,25 ponto. O IPCA-15 de julho perto do teto das estimativas, o dólar em alta e o leilão de títulos prefixados do Tesouro complementaram a correção da curva.

Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 fechou com taxa de 13,945% e 272.672 contratos, ante 13,845% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2018 (254.289 contratos) subiu de 12,67% para 12,78%. O DI janeiro de 2021 (141.140 contratos) fechou em 11,97%, de 11,92%.


Na ótica dos analistas, o destaque dado pelo comunicado aos riscos de alta da inflação reduziu as chances de início do ciclo de afrouxamento monetário em agosto. "A probabilidade de um corte de juros antecipado, em agosto, aparentemente foi eliminada. Ainda achamos provável um corte em outubro, uma vez que as projeções de inflação tendem a melhorar (inflação corrente em queda e câmbio mais valorizado) e conforme a política monetária transfere o foco para horizontes mais distantes", destaca relatório do Itaú Unibanco.

O IPCA-15 de julho (0,54%) chegou a assustar um pouco, ao trazer salto do grupo Alimentação e Bebidas, de 0,35% para 1,45%, o patamar mais elevado para meses de julho desde 2008, quando foi de 1,75%. O índice veio perto do teto das previsões dos analistas, que iam de 0,39% a 0,56%, com mediana de 0,45%.

O dólar forte também favoreceu o ajuste das taxas futuras, assim como o leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTN), uma vez que o investidor realiza operações de proteção no mercado de juros contra o risco prefixado dos papéis. A instituição vendeu todo o lote de 8,5 milhões de LTN em três vencimentos, com volume financeiro de R$ 6,4 bilhões.

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