A renda média dos jovens do Distrito Federal é a maior do país e equivale a quase três vezes à dos brasileiros entre 16 e 24 anos do Maranhão, onde o ganho é o menor. Enquanto no DF atinge R$ 1,5 mil, no estado nordestino, é de R$ 587, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, especializado em consumo e opinião pública. De acordo com o estudo, os jovens nessa faixa etária movimentam anualmente R$ 295,5 bilhões. Santa Cataria aparece em segundo lugar no ranking, com renda média de R$ 1.378; seguida por São Paulo, com R$ 1.371. O Rio de Janeiro ficou em sexto, com R$ 1.247.
;Em Brasília, dois fatores contribuem para o resultado: a grande massa que opta por concursos públicos, em busca de salários superiores aos da iniciativa privada e, em consequência, o maior nível de escolaridade em relação aos estados, já que os candidatos precisam se preparar para enfrentar a concorrência;, explicou o presidente do instituto, Renato Meirelles.
Ele ressaltou que, embora o desemprego tenha aumentado no país, ;na prática, está entrando mais dinheiro nas casas desses jovens;. Essa aparente contradição tem uma explicação: a técnica usada para medir a desocupação é quantificar os que procuram emprego. ;Aumentou realmente a procura e mais jovens passaram a trabalhar. O lado bom da crise é que a dificuldade acabou aumentando a renda nessa faixa etária.;Na maioria dos casos, os jovens (71%) são mais escolarizados que os pais, os influenciam no consumo e na compra de tecnologia.
[SAIBAMAIS]Os com baixa escolaridade se encaixam no setor de serviços e os mais preparados, nas multinacionais. ;A diferença de renda nem sempre é grande nesse momento da vida. Um vendedor de nível médio, por exemplo, pode ganhar até mais que um recém-formado em universidade. O problema é o futuro;, reforçou Meirelles.
Cidade é a mais cara
O servidor público Bruno Barros Lopes, 20 anos, está ansioso por receber o primeiro salário. Ele foi empossado há pouco mais de um mês como assessor da Universidade Federal de Brasília (UnB), com salário que é o dobro da renda média dos jovens entre 16 e 24 anos da capital federal. E, apesar do valor, acha que o salário deveria ser ainda maior. ;A minha remuneração é menor em comparação a outros órgãos do setor público, como Judiciário e Executivo, por exemplo. Para mim, poderia ser ainda melhor;, afirmou.
Mesmo sem ter recebido ainda, Bruno já sabe quais serão os gastos mensais de atividades onde pretende investir. ;Vou pelo menos uma vez no mês ao cinema e pretendo manter esse hábito. Também não abro mão do almoço na rua, que está entre os meus principais gastos;, contou. De acordo com Bruno, seu principal gasto em Brasília é com gasolina. ;Cerca de 40% do salário vai para combustível. Isso não vai mudar. Mas eu também penso em fazer investimentos, para, no futuro, comprar uma casa e viajar;, disse.
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