Economia

Criada em 1970, Elo lança cartão internacional

Empresa atingiu a 10% do mercado de R$ 1,08 trilhão de meios de pagamento com cartão no Brasil, que é dominado pelas gigantes globais Visa e Mastercard

Paulo Silva Pinto - Enviado Especial
postado em 26/07/2016 17:00
Chicago - Com a compra de uma gravata de US$ 195 em uma loja de departamentos, Eduardo Chedid, presidente da bandeira de cartões de pagamento Elo, fez nesta terça-feira (26/7) a primeira operação da bandeira fora do país. A Elo é a primeira bandeira de cartões brasileira. Foi criada nos anos 1970 pelo Bradesco e deixou de operar mais tarde. Em 2011, foi relançada, em sociedade que incluiu, em partes iguais, o segundo maior banco privado do país e duas instituições fianceiras estatais, o Banco do Brasil e Caixa. "Muitos países veem até mesmo como uma questão de soberania ter uma bandeira de cartões nacional", disse Chedid.

A Elo já atingiu a 10% do mercado de R$ 1,08 trilhão de meios de pagamento com cartão no Brasil, que é dominado pelas gigantes globais Visa e Mastercard. Continuar avançando não seria possível, destacou Chedid, sem que os clientes tenham acesso internacional.

Não se trata apenas de atender a quem viaja. Metade das transações de brasileiros com cartão em moeda estrangeira são de pessoas que não estão usando passaporte: compram em sites fora do país para receber os produtos em casa. E esse montante não para de crescer mesmo durante a recessão recorde. Foram US$ 18 bilhões em 2015 e a previsão para este ano é de R$ 25 bilhões.

A internacionalização da Elo foi possível por meio de uma pareceria com a Discover Financial Services, que atua ao mesmo tempo como banco e bandeira nos Estados Unidos. Graças às associações da Discover com outros emissores nacionais ao redor do mundo, o Elo poderá ser usado em 185 países.

A meta da Elo é elevar a fatia de mercado dos atuais 10% para 15% do total. crescerá, sobretudo, na modalidade de crédito, já que 80% dos 95 milhões de cartõrs da bandeira são hoje de débito.

A aceitação fora do país é indispensável para crescer, mas, como notou Chedid, está longe de garantir que isso aconteça. "Vamos buscar oferecer vantagens maiores que os concorrentes", disse o executivo.

Os cartões Nanquim e Grafite, o topo o segundo lugar na escala da Elo, vão contar respectivamente 2,4 pontos e 1,7 pontos em programas de milhagem, 0,2 ponto além da concorrência, segundo Chedid. Além disso, há um sistema de 50 milhões de hotspots de wifi de internet no mundo.

Os cartões atuais da Elo precisam ser trocados pelo Nanquim e o Grafite para serem aceitos no exterior, o que dependerá de cada banco. O diretor de cartões do Bradesco, Alexandre Rappaport, disse que a economia no pagamento de royalties a bandeiras interncionais, que recebem US$ 3 bilhões por ano no Brasil, servirá para desenvolver inovações brasileiras, dentro da Elo. Mas os cartões das outras bandeiras continuarão existindo nos bancos. "Caberá ao cliente escolher o melhor".

O repórter viajou a convite da Elo

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