O presidente interino, Michel Temer, cedeu à pressão dos delegados e assinou na noite de quinta-feira o projeto de lei de reajuste dos servidores da Polícia Federal. O texto prevê aumento de 37% e revisão de benefícios, como auxílio-saúde, auxílio-alimentação e pré-escola, para delegados, peritos, agentes, escrivães e papiloscopistas. A decisão do Planalto foi tomada após a ameaça de greve da categoria.
O temor do governo era a prometida paralisação dos delegados da PF às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. O diretor-geral do órgão, Leandro Daiello, informou na quarta-feira aos ministros da Justiça, Alexandre de Moraes; e da Casa Civil, Eliseu Padilha, que a categoria já havia aprovado indicativo de greve.
Para o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Sobral, o cumprimento do acordo foi um ;gesto importante; do governo. No entanto, ele lembra que ainda há ;muito a fazer; para reverter o quadro de desmonte imposto à instituição.
;A PF vem sofrendo com queda no seu orçamento, falta de infraestrutura e aumento do número de cargos vagos que não são repostos por falta de concursos públicos. É fundamental que o governo atente para esses pontos e volte a fortalecer o trabalho da Polícia Federal. Os delegados federais e a população estão vigilantes;, lembrou Sobral. O PL, segundo a categoria, recompõe perdas inflacionárias retroativas a 2012.
Caso sejam aprovados, os reajustes serão em três parcelas: 10,8% de 2017; 4,75%, em 2018; 4,5% em 2019 ; além do bônus de R$ 3 mil para delegados e peritos; e de R$ 1,8 mil para agentes escrivães e papiloscopistas. Diante da assinatura, a Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF) cancelou as mobilizações marcadas para esta sexta-feira em todas as superintendências regionais e as manifestações nos aeroportos, no fim de semana. Uma paralisação nacional seria votada em assembleia na terça-feira que vem. Atualmente, o salário inicial de delegado da PF é de cerca de R$ 14 mil.
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