Economia

Banco Mundial vive 'crise de liderança' segundo os funcionários

O Banco também enfrenta a concorrência crescente de novos países em desenvolvimento, principalmente da China

Agência France-Presse
postado em 10/08/2016 13:12
Washington, Estados Unidos - O Banco Mundial é vítima de uma "crise de liderança" e deve mudar seu método de nomeação de seu presidente para não se transformar em um "anacronismo" no cenário internacional, adverte uma carta aberta da associação de funcionários da instituição.

"Defendemos os princípios de boa governança, transparência, diversidade, competência internacional e de seleção com base no mérito. Infelizmente, nenhum desses princípios foi aplicado na nomeação de presidentes anteriores do Banco Mundial", diz o documento assinado com a data de terça-feira.

[SAIBAMAIS]Com base em uma regra não escrita, os europeus nomeiam um dos seus para o Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto a presidência do BM, instituição dedicada à luta contra a pobreza fica com os americanos. "Aceitamos durante décadas acordos secretos que culminaram um 12 ocasiões consecutivas na nomeação de um americano. Isso tem que mudar", diz a associação.

O atual titular do cargo, o americano Jim Yong Kim, finaliza seu mandato de cinco anos em julho do ano que vem e não anunciou oficialmente sua intenção de optar por um segundo mandato. Sob sua presidência, o BM iniciou uma controversa reestrutura que provocou protestos internos e continua gerando dúvidas entre os 15.000 funcionários da instituição.

O Banco também enfrenta a concorrência crescente de novos países em desenvolvimento, principalmente da China. "O grupo Banco Mundial padece de uma crise de liderança", afirma o texto. Na carta, a associação sindical pede a abertura de um processo internacional de nomeação, a "homens e mulheres", com base em critérios "claros" e em condições de "transparência".



"O mundo mudou e devemos mudar com ele. Se não mudarmos as regras do jogo, o Banco Mundial enfrentará o risco bem real de transformar-se em um anacronismo no cenário internacional", adverte o documento. Procurado pela AFP, o BM não quis comentar a carta.

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