Agência Estado
postado em 11/08/2016 11:42
As expectativas de analistas do mercado financeiro em relação ao quadro fiscal do País continuam a piorar, a despeito das políticas adotadas pela nova equipe econômica. As estimativas de julho indicam que o Governo Central (que reúne Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) terá um déficit primário de R$ 158,860 bilhões neste ano, ainda maior do que o resultado negativo de R$ 155,5 bilhões previsto em junho, de acordo com o Relatório Prisma Fiscal, divulgado mensalmente pelo Ministério da Fazenda. A meta oficial do governo permite um rombo de R$ 170,5 bilhões em 2016.Para 2017, as estimativas também mostraram deterioração e agora estão muito próximas do limite da meta fiscal já indicada para o ano que vem, que é de um déficit de R$ 139 bilhões. Segundo o relatório, os analistas projetam resultado negativo de R$ 138,578 bilhões, bem acima do déficit de R$ 129,279 bilhões indicado no relatório de junho.
As projeções mensais também pioraram. Em relação ao resultado primário de agosto, a expectativa de déficit passou de R$ 14,558 bilhões para R$ 16,635 bilhões. Para o mês de setembro, o resultado negativo foi de R$ 15,705 bilhões para R$ 22,600 bilhões. Só em outubro o relatório aponta alguma melhora - mesmo assim, no sentido de haver um déficit menos intenso. O resultado negativo diminuiu de R$ 12,718 bilhões para R$ 11,508 bilhões.
Receitas
A contínua deterioração no quadro fiscal do Governo Central é explicada pela tendência de queda nas receitas e aumento nas despesas. Neste ano, os analistas esperam que a receita líquida some R$ 1,082 trilhão, um pouco menos do R$ 1,085 trilhão que esperavam em junho. Além disso, a previsão de arrecadação também caiu neste relatório, de R$ 1,275 trilhão para R$ 1,269 trilhão
Por outro lado, a estimativa para a despesa total neste ano cresceu de R$ 1,228 trilhão para R$ 1,241 trilhão.
Enquanto isso, o mercado espera uma leve redução da relação da dívida bruta do Governo Central em relação o Produto Interno Bruto (PIB). A nova previsão para a dívida bruta de 2016 é de 73,50% do PIB, ante os 74,55% do PIB do relatório passado.