postado em 11/08/2016 15:00
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (11/8), que, se confirmado pelo Senado, o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff vai elevar a ansiedade de agentes econômicos para que o governo consiga a aprovação do Congresso de medidas de ajuste fiscal.[SAIBAMAIS]Mas o ministro avalia que o ritmo das mudanças propostas pelo Poder Executivo federal para melhorar o desempenho das contas públicas é muito rápido, pois, segundo ele, trata-se do primeiro ajuste estrutural das despesas públicas desde a promulgação da Constituição de 1988.
"Eu acredito que vai aumentar a ansiedade. A velocidade do ajuste é lenta se comparada com o nível de ansiedade geral. Ela é muito rápida se considerarmos que é o primeiro ajuste estrutural das despesas públicas no Brasil desde a aprovação da Constituição de 1988", ponderou.
"Uma alteração constitucional desta magnitude não obedece às ansiedades, às vezes, das mesas de operação e do mercado", disse o ministro. "Eu entendo essa ansiedade. É normal, todos estamos ansiosos para resolver o problema e por ver a solução. Agora, por outro lado, é importante dizer que os problemas do Brasil não serão resolvidos por medidas frenéticas de curto prazo e uma decisão atrás da outra, dando uma impressão de atividade", ressaltou. "Isso pode satisfazer, ás vezes, a ansiedade, mas não resolve o problema que precisa ser resolvido para que o Brasil volte a crescer, criar emprego."
Para o ministro, que participou de evento nesta quinta-feira em São Paulo, "para que a dívida pública pare de subir de forma descontrolada, comece a se estabilizar e cair" e baixe a despesa pública medida como uma proporção do PIB, é necessário mudar a Constituição. "E isto é um processo que demanda um rito próprio", afirmou.
O ministro destacou que, em conversa com parlamentares, é nítido que estes mostram grande nível de percepção sobre a necessidade de aprovação do ajuste das contas públicas. Para ele, isto ocorre porque o "Brasil está em crise e todos estão conscientes de que é preciso sair da crise e que a solução passa pelo ajuste fiscal."