Economia

Aneel volta a recomendar que não seja renovada concessão de usina da Cemig

Com 408 MW de potência instalada, Miranda terá sua concessão encerrada em 23 de dezembro deste ano

Agência Estado
postado em 17/08/2016 13:47
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a decisão de recomendar ao governo que não renove a concessão da usina de Miranda, que pertence à Cemig. A companhia havia entrado com recurso na tentativa de reverter o posicionamento do órgão regulador, que, no dia 12 de julho, manifestou-se contra a prorrogação do contrato da hidrelétrica por mais 20 anos. A agência negou o pedido de reconsideração.

Com o fim da discussão na esfera administrativa, o advogado Guilherme Coelho, do escritório Sergio Bermudes, que representou a Cemig na reunião da terça-feira (16/8) afirmou que a empresa deve levar o caso para a Justiça.

Com 408 MW de potência instalada, Miranda terá sua concessão encerrada em 23 de dezembro deste ano. A Cemig pleiteava sua prorrogação nos mesmos termos do contrato em vigor, sem redução de receitas, por mais 20 anos. Na avaliação da empresa, o contrato da usina e uma lei de 1997 asseguram uma renovação nesses termos.

A Aneel voltou a argumentar que a renovação da concessão só poderia ser feita de acordo com a legislação atual, que tem origem na polêmica Medida Provisória 579/2012. Pela lei vigente, em troca de um contrato de mais 30 anos, a Cemig teria que ter aceitado, em 2012, diminuir os ganhos com a energia produzida pela usina.



Foi essa negociação que proporcionou a redução da conta de luz em 20% para todos os consumidores. A Cemig aceitou esses termos para todas as suas linhas de transmissão e usinas, com exceção de Jaguara, São Simão e Miranda. Com essa decisão, poderia continuar a explorar as usinas até o vencimento do contrato de cada uma delas.

O governo quer leiloar essas usinas para um novo operador e arrecadar recursos por meio da cobrança de outorga. A estimativa é que seria possível obter R$ 10 bilhões com a licitação das três usinas. Os planos da União, no entanto, esbarram nas ações judiciais que a Cemig têm para manter o controle das usinas.

A empresa possui uma liminar que mantém Jaguara em suas mãos no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Dias Toffoli determinou que a empresa e o governo negociem uma solução para o caso, mas ainda não houve uma conclusão. O contrato dessa usina, com 424 MW de potência, se encerrou em 28 de agosto de 2013.

Em relação à usina de São Simão, com 1.710 MW de potência, o processo está no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Nesse caso, a Cemig não tem mais liminar, mas aguarda o julgamento do mérito pelo STJ. O contrato dessa usina terminou em 11 de janeiro de 2015.

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