Agência Estado
postado em 23/08/2016 17:04
Os juros futuros encerraram com viés de queda nos contratos de curto e médio prazos e em leve alta na ponta longa. A sessão novamente foi de liquidez e oscilações restritas, dada a agenda de indicadores fraca e uma vez que o mercado aguarda os eventos previstos para o final da semana para definir suas posições, principalmente o discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, na abertura do simpósio anual em Jackson Hole, na sexta-feira. Nesse contexto, o comportamento do câmbio continuou servindo de parâmetro para as taxas futuras.
Ao término da etapa regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 (73.245 contratos) fechou na máxima de 13,980%, de 13,985% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2018 (44.015 contratos) terminou em 12,69%, de 12,71% no último ajuste. O DI janeiro de 2019 (88.215 contratos) caiu de 12,16% para 12,14%. O DI janeiro de 2021 (93 570 contratos) fechou em 11,95%, na máxima, ante 11,91% no ajuste anterior.
As taxas abriram em queda, em linha com o sinal de baixa do dólar e com algum alívio trazido pela desaceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), que ficou em 0,39% na terceira quadrissemana de julho, ante 0,48% na segunda. Porém, a partir do final da manhã, os vencimentos do trecho intermediário passaram a reduzir o recuo, enquanto os longos viraram para cima, em linha com a mudança da trajetória do dólar. Também houve frustração com a suspensão da audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado da qual participaria o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, anunciada no fim da manhã. A moeda norte-americana bateu máximas ao longo do período vespertino e, perto do término da etapa regular, era negociada em alta de 0,78%, a R$ 3,2267.
Além da expectativa com Yellen, o mercado também aguarda o início do julgamento do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, na quinta-feira. Enquanto isso, o investidor vai monitorando o noticiário político, principalmente a movimentação em torno da votação da pauta fiscal. O Congresso pretendia votar hoje a Proposta de Emenda à Constituição que recria a Desvinculação das Receitas da União (DRU), mas a matéria será apreciada apenas em seu primeiro turno. Segundo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o segundo turno só ocorrerá após o resultado do processo de impeachment.