Economia

Quase metade dos brasileiros desconhecem reforma da previdência

A pesquisa revela também que a aposentadoria parece estar mais distante do que o esperado para o trabalhador brasileiro

postado em 24/08/2016 13:13
Quase a metade da população brasileira (44%) não ouviu sequer falar da reforma da Previdência. Foi o que mostrou a pesquisa realizada pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). Dos que têm conhecimento, 62% acreditam que reforma dificultará o acesso à aposentadoria. "O nível de desinformação da população precisa ser levado em conta pelo governo e setor privado", considera Edson Franco, presidente da Fenaprevi.

A pesquisa revela também que a aposentadoria parece estar mais distante do que o esperado para o trabalhador brasileiro. Enquanto os homens desejam abandonar a carreira, em média, aos 58 anos, as mulheres vislumbram receber o benefício aos 53 anos, aproximadamente. Os dois gêneros, no entanto, acreditam que vão ter o direito de se aposentar apenas com 64 e 58 anos, [SAIBAMAIS]respectivamente. De acordo com o estudo, 67% dos entrevistados souberam a idade exata ou aproximada que os homens devem se aposentar. Quando questionados sobre as mulheres, 62% responderam à questão de maneira certeira ou aproximada. Segundo o presidente da FenaPrevi, Edson Franco, os valores apontam para uma contradição entre desejo e realidade. ; Na hora que as pessoas verbalizam que a idade com a qual acham que deveriam se aposentar seria 58 e 53 anos, mas dizem que a idade com a qual vão, efetivamente, se aposentar é 64 e 58 anos, mostram que, independentemente do desejo pessoal que elas têm, já existe uma consciência de que isso não será possível;, constata.

Mesmo assim, 66% dos entrevistados afirmam que seria necessário fixar uma idade mínima para as aposentadorias, em função das pessoas estarem vivendo por períodos mais longos de tempo. Eles também responderam que, caso uma idade mínima seja estabelecida, ela deveria ser a mesma para contemplar homens e mulheres. ;Em um sistema previdenciário como o nosso, baseado no modelo de repartição simples, representa o pacto entre gerações. A geração que está trabalhando paga o benefício daqueles que estão aposentados. Na medida que você tem menos gente trabalhando, obviamente tem que mexer nos critérios de elegibilidade ou até no valor dos benefícios;, resumiu Franco.



O presidente da Fenaprevi chama a atenção para o fato dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que já convergiram a idade mínima de aposentadoria para 65 anos e discute aumentar em mais dois anos a faixa etária. ; Hoje o brasileiro se aposenta, em média, aos 54 anos de idade, o que é extremamente baixo em comparação com qualquer métrica internacional;, reflete. O estudo da FenaPrevi foi realizado em parceria com a Ipsos Public Affairs e ouviu 1.500 brasileiros com mais de 23 anos entre os dias 21 de julho e 4 de agosto.

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