Jornal Correio Braziliense

Economia

Meirelles defende prazo de 20 anos para PEC do teto dos gastos

As afirmações foram feitas nesta quarta-feira (24/8) em audiência pública na comissão especial da Câmara que analisa a PEC 241



Otimista, Meirelles acredita que o Brasil pode ter uma retomada do crescimento nos próximos anos mais rápida do que parece. "Acho que as primeiras reações da economia mostram que o resultado pode ser mais rápido porque estamos saindo de uma base muito negativa. A retomada agora pode ser muito mais rápida e até um ciclo mais fácil, com crescimento e usando a capacidade ociosa das empresas", avaliou.

As afirmações foram feitas nesta quarta-feira (24/8) em audiência pública na comissão especial da Câmara que analisa a PEC 241.

Trajetória da dívida


O ministro da Fazenda disse que a trajetória da dívida mostra que 10% de déficit nominal é insustentável. Segundo ele, sem mudanças na dinâmica, a tendência é que a dívida suba descontroladamente.

Ele ressaltou ainda a necessidade de quebrar o processo de elevação o custo da dívida.

Meirelles citou que a dívida média dos países emergentes é entre 45% e 46% do PIB, inferior à brasileira. Segundo ele, o mais importante é não se endividar além da sua capacidade de pagamento. Ele lembrou que, no Brasil, estamos nos aproximando de um endividamento de 70% do PIB. "A tendência é a dívida subir descontroladamente e essa é uma das características de um custo elevado da dívida. Temos que quebrar esse processo", frisou.

Ao falar do Japão, ele lembrou que o País tem outra dinâmica e luta hoje contra a deflação, diferente dos problemas da economia brasileira. "O problema do Japão é o risco de começar a cair preço. Deflação é um fenômeno perverso tal qual a inflação", disse.

Na avaliação de Meirelles, a essência da incerteza hoje no Brasil é a questão fiscal. "A economia já dá sinais de retomada. O País acredita que medidas de ajuste fiscal serão aprovadas. A sociedade começa a acreditar nisso. É muito importante, na minha opinião, que isso (PEC do teto) seja aprovada e possamos prosseguir", destacou.