Jornal Correio Braziliense

Economia

PIB do segundo trimestre mostrará últimos suspiros da recessão

Com o epílogo do impeachment de Dilma Rousseff, na quarta-feira, sairá o Produto Interno Bruto do segundo trimestre. Mercado vê queda de até 0,7%. Governo dirá que isso reflete o passado, sem os recentes sinais de recuperação

A recessão que o país atravessa, a maior de sua história, é o sujeito oculto do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Se não fosse o atual quadro de desemprego recorde e de redução da renda, haveria menos combustível político para removê-la do Palácio do Planalto. E, sem a queda de arrecadação do ano passado, não seria possível condená-la pelos decretos de suplementação orçamentária.

Por uma coincidência que talvez historiadores registrem um dia com ênfase, a recessão entrará novamente em cena poucas horas depois do epílogo do impeachment. Está prevista para a madrugada de quarta-feira a votação que, segundo os prognósticos, encerrará o mandato de Dilma. E, às 9h em ponto, na sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será anunciada a variação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre do ano.

Para quase todos os analistas de mercado, não há dúvidas de que o número será ruim. Espera-se queda de pelo menos 0,3% em relação aos primeiros três meses do ano, o que, se ocorrer, será o mesmo resultado registrado no período anterior. Os prognósticos mais graves vão até um tombo de 0,7%.

Mas, por pior que seja o resultado, ele não assusta o Planalto e o Ministério da Fazenda. Já existe uma explicação pronta no governo que, quando sair o PIB, poderá não ser mais interino. O que se vai dizer é que o número mostra um passado agora distante. Afinal, estará ainda contaminado pelo desempenho econômico de abril. E será, possivelmente, a última cena da recessão. No período em que estamos hoje, o terceiro trimestre, espera-se resultado igual a zero. Nos últimos três meses, a tendência é de que o saldo seja positivo.

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