Paulo Silva Pinto
postado em 31/08/2016 09:40
Os investimentos e a indústria foram determinantes para evitar um tombo maior da economia no segundo trimestre do ano. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou expansão de 0,4% no período, pondo fim a um longo período de contração. O número mostra que os empresários decidiram tirar das gavetas projetos de expansão e abertura de fábricas que estavam parados devido à desconfiança que tomou conta do país. No caso da indústria, houve alta de 0,3%, indicando que o setor está deixando a recessão de mais de três anos para trás.Os investimentos ainda mostram queda, porém, de 8,8% na comparação do segundo trimestre com o mesmo período de 2015 e de 13,3% no acumulado do ano. Na avaliação dos analistas, o governo precisa abrir caminho, por meio de reformas estruturais, para que o respiro que se vê agora se torne efetivo e os desembolsos em obras em fábricas e em infraestrutura deslanchem. Isso é fundamental para impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) daqui por diante, já que o consumo das famílias ainda sentirá, por um bom tempo, o peso do desemprego recorde.
A equipe econômica acredita que, daqui por diante, os investimentos serão a mola propulsora do PIB. Não por acaso, o Ministério da Fazenda elevou de 1,2% para 1,6% a previsão de crescimento do país em 2017. Há analistas ainda mais otimistas, prevendo expansão de até 3%. Para os técnicos do governo, é preciso, porém, ter cuidado com a euforia, já que a destruição dos pilares da economia nos últimos anos foi brutal.