postado em 05/09/2016 06:02
A batalha da principal reforma estrutural que o governo de Michel Temer precisará fazer, a de mudanças nas aposentadorias, será a mais árdua de todas. A expectativa do Palácio do Planalto é de que a reforma da Previdência seja aprovada até o fim deste ano na Câmara e, em 2017, no Senado. Projeção do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), no entanto, mostra que dificilmente Temer conseguirá o apoio necessário para essas mudanças.Pelos cálculos do Diap, o novo governo tem garantido o voto de 236 deputados na Câmara, mas mudanças constitucionais exigem 308 dos 513 votos dos parlamentares da Casa. Some-se a isso a resistência de senadores à gestão Temer.
O presidente do Senado deu demonstração de força ao conseguir, à revelia do Executivo, o fatiamento da votação do impeachment, garantindo à ex-presidente Dilma Rousseff manter o direito a exercer funções públicas. Dos 19 senadores da bancada peemedebista, 10 votaram a favor da manutenção dos direitos políticos de Dilma. O resultado mostra que Temer precisará negociar ponto a ponto da reforma previdenciária. No Senado, o governo precisará reunir apoio de pelo menos 49 dos 81 integrantes da Casa.
Um ponto a favor da aprovação da reforma previdenciária, na opinião de alguns especialistas, é que o deficit do sistema previdenciário se estende a estados e municípios. A equipe econômica calcula rombo de mais de R$ 250 bilhões no sistema, quando somados o deficit das unidades da Federação. ;Não há estado ou município que não esteja com a corda no pescoço. Há poucas semanas, começaram a aparecer condições políticas para que a reforma da Previdência passe no Congresso. Acredito que os governadores pressionarão as bancadas para que as medidas sejam aprovadas;, afirmou José Savoia, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP).
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