Agência France-Presse
postado em 14/09/2016 11:12
Berlim, Alemanha - O grupo farmacêutico alemão Bayer anunciou nesta quarta-feira (14/9) ter fechado um acordo para a compra do líder mundial dos herbicidas e engenharia genética de sementes americano Monsanto por 66 bilhões de dólares, a fusão mais cara até agora de um grupo alemão. "Bayer e Monsanto assinaram nesta quarta-feira um acordo de fusão", anunciou a Bayer em um comunicado.A transação foi de 128 dólares por ação. O grupo alemão teve de melhorar sua oferta em várias oportunidades desde maio antes de obter o consentimento da empresa americana. "A transição une duas atividades diferentes, mas fortemente complementares" em termos de sementes, fertilizantes e pesticidas, assinala o texto.
Juntos, Bayer e Monsanto se converterão em um gigante mundial de 23 bilhões de euros (25,8 bilhões de dólares) de volume de negócios anual, com 140 mil funcionários. Classificado de "matrimônio dos infernos" por seus detratores, a perspectiva da união entre a Monsanto e a Bayer causou fortes críticas na Alemanha, um país cuja sociedade se opõe majoritariamente aos transgênicos.
Os ecologistas criticam em particular os pesticidas da Monsanto como o Roundup, apelidado de "assassino de abelhas". As distintas ofertas feitas pela Bayer desde maio, cada vez mais elevadas, haviam sido até então rejeitadas pelo grupo americano, que se mostrava aberto a negociar, mas sempre deixando claro que havia outras propostas sobre a mesa.
Só que esses misteriosos interessados jamais se revelaram. "Realmente, a Bayer está pagando muito, portanto deverá conseguir o maior benefício da fusão", considerou o analista do DZ Bank, Peter Spengler. A união dos dois grupos, que esperam concluí-la antes de 2017, deve aumentar o lucro bruto para em terno de 1,3 bilhão de euros (1,5 bilhão de dólares) ao final de três anos.