Loteado entre o PTB e o Solidariedade, legendas que integram o antigo Centrão e, até bem pouco tempo atrás, eram responsáveis por dar sustentação política ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Ministério do Trabalho teria, em tese, um papel de protagonismo em uma das principais reformas planejadas pelo governo do presidente Michel Temer: a trabalhista. Mas analistas da área e líderes políticos afirmam que a influência real é pequena.
Na semana passada, o titular da pasta, ministro Ronaldo Nogueira, causou furor ao defender, de maneira confusa, que a jornada diária de trabalho possa chegar a 12 horas. Tomou uma bronca de Temer e foi aconselhado a não falar mais nada. ;Coitado. Ele está no segundo mandato, não tem noção do que fala nem da repercussão de suas palavras;, defendeu um líder governista, tentando contemporizar a situação.
Nogueira, deputado federal licenciado (PTB-RS), integrante da bancada evangélica, tinha uma atuação quase nula no setor antes de ser alçado à pasta. Assumiu o posto sem conseguir consenso dentro do partido, segundo correligionários que preferem não se identificar. A oposição não perde a oportunidade de criticar. ;Ele entrou na cota Nardes;, acusou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Segundo o petista, a escolha foi um modo de agradar o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Carlos Augusto Nardes. Ao deixar a Câmara, Nogueira abriu espaço para o suplente Cajar Nardes (PR-RS). Ele é irmão do ministro do TCU.
;A situação foi tão absurda que nem o Nogueira sabia que ia virar ministro. Isso é desvio de finalidade, a prática de ato público com a intenção de satisfazer interesses particulares;, afirmou Pimenta. Ele comunicou sua visão sobre o processo à Procuradoria-Geral da República (PGR). Cajar Nardes não quis se pronunciar sobre o assunto.
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