Economia

Brasilienses pagam mais caro por cesta básica

Conjunto de produtos com marcas líderes, carne, legumes e frutas custa no Distrito Federal, em média, R$ 550,64

Rodolfo Borges
postado em 19/09/2016 06:00

Não há melhor aliado no combate à inflação dos alimentos do que a boa e velha pesquisa de preços. Comparar os custos de produtos em diferentes supermercados, ainda que de uma mesma rede, pode proporcionar economia anual de até R$ 2.471,56, no Rio de Janeiro, de acordo com um estudo feito pela Proteste ; Associação de Consumidores. No Distrito Federal, o consumidor pode deixar de gastar até R$ 1.191,34. Uma boa medida, já que é, na capital federal, onde as famílias pagam mais caro, em média, R$ 550,64, por uma cesta com itens líderes de mercado, carne, frutas e legumes na comparação estados pesquisados.

[SAIBAMAIS]Por um conjunto de 90 produtos sem marca definida nem perecíveis, os moradores do DF desembolsam, em média, R$ 381,96. Valor que só fica atrás do vendida no Maranhão, que sai por R$ 392,88. Na avaliação de Natalia Dias, analista da Proteste e coordenadora do estudo Guia de Preços de Supermercados, os consumidores de Brasília pagam mais caro pelas compras devido ao maior poder aquisitivo e à menor concorrência de comércios. ;Com certeza está correlacionado. O Distrito Federal tem a maior renda per capita do país, mas a concorrência não é tão grande. São dois fatores que elevam o custo de vida;, pondera.

Para driblar os preços, Natalia recomenda que os consumidores pesquisem, não apenas em comércios próximos de onde moram, como também em regiões vizinhas. ;O ideal é sempre comparar. Seja em um supermercado próximo ao ambiente de trabalho ou da casa de um amigo ou familiar. Uma vez identificados aqueles com os preços mais baratos, é preciso verificar se mesmo com o deslocamento vai render alguma economia;, destaca. Em Brasília, a Proteste observou uma diferença de 128% no preço do pacote de 1kg de feijão-carioca; e de 102%, no quilo de sal grosso para churrasco.

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O servidor público Michel Cardoso, 38 anos, vai no mínimo três vezes por semana a supermercados e faz o possível para comparar os preços em atacadistas. Ele considera vantagem a compra em maior quantidade por um preço mais baixo. ;É uma oportunidade que tenho de economizar. Como os gastos com compras estão elevados, qualquer contenção é uma ajuda e tanto;, diz. Ele calcula que, em relação ao mesmo período do ano passado, as despesas com supermercado subiram cerca de 20%.

Substituições
Além das pesquisas, as compras em oferta e substituições de produtos são soluções cada vez mais utilizadas pelos consumidores. O zelo pelo controle de gastos é primordial para a família de Antônio Júnior Dias, 41, que está desempregado há quatro meses. No último mês do seguro-desemprego, ele tem feito o possível para economizar, sem saber quando conseguirá se realocar no mercado de trabalho. ;Faço tudo que é possível. Estou trocando mercadorias de marcas mais caras por outras mais baratas e reduzindo a quantidade de compras;, afirma. Outra forma encontrada para controlar os gastos foi abdicar das compras mensais e optar pelas semanais, consumindo sempre em dias de ofertas.

;Hoje, não tenho mais condições de estocar. Ir mais vezes ao mercado e comprar em dias da carne, da verdura, das frutas e legumes sai mais em conta. E sempre procuro o comércio que tem as melhores promoções;, diz Dias. A outra forma encontrada para economizar é por meio dos amigos. ;Faço parte de um grupo no WhatsApp em que as pessoas, quando vão ao mercado, sempre tiram fotos de ofertas. Então, isso ajuda muito a saber onde encontrar o melhor preço. Estou no último mês do seguro-desemprego e toda ajuda é valiosa;, diz ele.

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