Jornal Correio Braziliense

Economia

Greenfield : companhias fazem acordo para cobrir prejuízo em fundos

Companhia do grupo Bradesco investigada na Operação Greenfield deposita R$ 104 milhões em juízo para repor perdas que Funcef e Petros tiveram em operações com empresa de investimentos administrada pela instituição financeira

A BEM Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, empresa do Grupo Bradesco, é a segunda companhia investigada na Operacão Greenfield a ter um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) homologado pela Justiça. A instituição financeira se comprometeu a apresentar garantias de R$ 104 milhões para cobrir prejuízos que a Funcef, fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal, e a Petros, dos trabalhadores da Petrobras, tiveram com o Fundo de Investimentos em Participação Enseada.

As duas entidades fechadas de previdência complementar aplicaram, em 2008, R$ 34 milhões no FIP Enseada, gerido por empresas do Grupo Bradesco. Os gestores do fundo, por sua vez, fizeram investimentos no processo de restruturação da Gradiente, companhia do setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos que está mergulhada em dívidas. Os R$ 104 milhões que devem ser apresentados como garantia até 21 de outubro se referem aos valores atualizados do aporte feito pelos fundos de pensão.

O acordo foi homologado pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10; Vara Federal de Brasília, na última sexta-feira. O documento firmado entre as partes ainda prevê que os executivos do Bradesco Denise Pauli Pavarina e André Bernardino da Cruz Filho se apresentem à Justiça, ao MPF e à Polícia Federal (PF) sempre que forem chamados, mesmo que informalmente. Denise é diretora da Bradesco Asset Management (Bram), gestora do FIP Enseada. Já André Filho é diretor da BEM, empresa administradora do fundo.



Os dois estão na lista de pessoas que são alvo de mandados de busca e apreensão, mas não foram impedidos de trabalhar na instituição financeira. O acordo dá segurança para que os executivos continuem desempenhando suas funções, mas pode ser revisto caso ele seja descumprido. Procurado, o Bradesco informou que não se manifesta sobre processo em análise da Justiça. Investigadores envolvidos no caso detalharam que os termos homologados pelo Judiciário não podem ser confundidos com acordos de leniência porque não há confissão de crimes ou a possibilidade de atenuar possíveis penas.



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