O presidente da Petrobras, Pedro Parente, fez nesta quarta-feira (21/9) a apresentação do novo plano de negócios da estatal a uma plateia de empresários e industriais do Rio de Janeiro, reunidos na sede da Firjan. O executivo reforçou a mensagem apresentada na terça de que o plano é "ambicioso e desafiador" e que sua execução depende da colaboração de "todos os parceiros".
"Esse é um plano ambicioso que requer medidas em várias frentes. Apesar do imenso desafio que constitui, estamos confiantes de que vamos alcançar", afirmou o executivo, na abertura da apresentação. "Precisamos de todos os parceiros nessa empreitada, que não é pequena", frisou.
Pré-sal
A obrigatoriedade de participação da Petrobras no pré-sal é ruim para o País e para a estatal, afirmou Parente. O executivo tem defendido abertamente a proposta do ministro José Serra, de alteração da lei atual que exige a participação da estatal em todos os campos.
Segundo Parente, a Petrobras não tem condições de investir em todos os campos. "Após dez anos no pré-sal, temos conhecimento que nos permite ser seletivos para aplicar bem o capital, especialmente em um quadro de escassez de recursos", disse.
Recomposição de reservas
A diretora de Exploração e produção da Petrobras, Solange Guedes, sinalizou nesta quarta-feira que a companhia manterá foco na recomposição de suas reservas no médio prazo, após passar pela readequação de sua situação financeira. Segundo ela, no curto prazo, o foco é a rentabilidade da companhia, mas no médio prazo a busca por novas fronteiras e oportunidades no pré-sal será intensificada. Para ela, a Petrobras sairá da fase de revisão financeira "mais enxuta, porém com mais valor e melhor gestão de risco".
"Nosso maior patrimônio, que iremos zelar com toda a atenção, é o nosso portfólio premium. Vamos passar por esse processo que estamos escolhendo, de aceleração da recuperação financeira, mas há oportunidade de negócios com esse portfólio e precisamos trazê-lo à tona dentro de uma empresa robusta e uma economia saudável", explicou a diretora.
Segundo ela, essa gestão de oportunidades se traduz numa "dinâmica de foco" da companhia. "O nosso drive para o curto prazo é rentabilidade e geração de caixa. Sem perder de vista que no médio prazo precisamos atenção para acessar volumes já descobertos, para a recomposição dos nossos volumes", indicou.
"Precisamos voltar a ser fortes na exploração, intensificar oportunidades no pré-sal. Podemos sair desse processo mais enxutos, mas com uma carteira de maior valor e melhor gestão de risco", completou a diretora.
A área de Exploração e Produção concentra 82% dos investimentos do novo plano de negócios para os próximos cinco anos, mas também é a que sofreu maior corte em comparação com o plano anterior. Solange reiterou que a companhia conseguirá alcançar as metas de produção, mesmo com a redução de investimentos. "Não houve postergação de investimento, mas um trabalho dentro dos projetos para que pudéssemos fazer a mesma produção com processos mais eficientes", disse, frisou destacando os ganhos de produtividade e prazo na bacia de Santos, no pré-sal. "Isso nos dá oportunidade de fazer a mesma produção com menor capex", completou.