Economia

Juros futuros recuam com sinalizações de BCs e notícia sobre combustíveis

As taxas futuras já começaram o dia em baixa, com a decisão do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), para o qual o mercado precificava algum risco de reversão de parte das medidas de estímulo monetário

Agência Estado
postado em 21/09/2016 17:14

Os juros futuros encerraram nesta quarta-feira (21/9) em queda, que foi mais firme a partir dos contratos intermediários, amparada nos resultados das reuniões de política monetária no Japão e nos EUA, para as quais o mercado vinha nutrindo grande expectativa nos últimos dias. Os curtos também caíram, reagindo à possibilidade de recuo nos preços dos combustíveis ainda este ano publicada na imprensa.

Ao término da negociação normal, o DI para janeiro de 2017 (244 990 contratos) fechou na mínima de 13,885%, de 13,930% no ajuste de ontem. A taxa do DI janeiro de 2018 (199.525 contratos) recuou de 12,47% para 12,36%. O DI janeiro de 2019 (218.975 contratos) fechou em 11,82%, de 11,95%. O DI janeiro de 2021 (206.400 contratos) terminou em 11,88%, de 12,07%.

As taxas futuras já começaram o dia em baixa, com a decisão do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), para o qual o mercado precificava algum risco de reversão de parte das medidas de estímulo monetário. Porém, a instituição manteve sua meta de comprar até 80 trilhões de ienes em bônus e 6 trilhões de ienes em fundos de índices de ações (ETFs) anualmente e a taxa de depósito em -0,1%, e inovou ao introduzir uma meta de 0% para o juro dos bônus do governo japonês (JGBs) de 10 anos num esforço de afastar o risco de deflação no país.



À tarde, os principais contratos ampliaram o recuo e bateram mínimas após a decisão do Federal Reserve. Embora a instituição tenha ratificado a aposta majoritária do mercado, mantendo os Fed Funds na faixa de 0,25% e 0,50%, havia alguma precificação para o risco de elevação nas taxas. Além disso, apesar de haver uma certa divisão nos votos, com três dos dez diretores defendendo uma alta da faixa para 0,50% a 0,75%, as revisões de projeções de indicadores do BC norte-americano e o tom considerado "dovish" (suave) da entrevista da presidente da instituição, Janet Yellen, enfraqueceram as apostas para um aperto monetário em dezembro.

Entre outros pontos, Yellen, na entrevista, citou a reação recente da economia e a melhora do mercado de trabalho como argumentos para uma elevação, mas ressaltou a necessidade de esperar por mais provas de que os números estão avançando na direção dos objetivos do Fed. Afirmou ainda que a maioria dos membros vê argumento para alta imediata "mais forte", mas é sensato esperar.

Com isso, as apostas de aumento nos juros dos Estados Unidos recuaram fortemente. Para dezembro, as chances embutidas nos contratos futuros dos Fed funds caíram a 55,3%, de 61,5% registrados minutos antes de o Fed divulgar seu comunicado, de acordo com o CME Group. As estimativas de alta de juros na reunião de novembro também baixaram, de 26,5% para 14,5%.

Na BM, os contratos de curto prazo reagiram à notícia de que a Petrobras pode reduzir os preços da gasolina e diesel até o fim do ano, publicada pelo jornal O Globo. Porém, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, descartou ter uma decisão tomada sobre reajuste.

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