O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está à procura de nomes para compor o grupo de trabalho que tem como missão reestruturar a governança, a alocação e o direcionamento dos recursos do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS). O FI-FGTS tem cerca de R$ 30 bilhões em carteira e registrou perdas de quase R$ 1 bilhão no ano passado contra um lucro de R$ 2 bilhões no anterior. As aplicações são feitas, basicamente em infraestrutura.
Pelo menos três nomes estão sendo cogitados para chefiar esse grupo de governança, segundo conselheiros do FGTS: o do secretário executivo do Conselho Curador, Bolívar Tarragó Moura Neto, integrante do Ministério do Trabalho; o de Abelardo Campoy Diaz, representante da Confederação Nacional do Comércio (CNC) no conselho; e o de Gesner Oliveira, ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Procurados, Moura Neto e Oliveira não comentaram o assunto. A expectativa é que esse novo grupo seja instaurado na próxima reunião do conselho, prevista para 25 de outubro e que os trabalhos sejam concluídos até 6 de dezembro.
O decreto de criação do grupo foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de 31 de agosto e prevê uma estrutura de um secretário executivo e 14 representantes do governo e da sociedade civil (sete de cada lado), sendo que o principal objetivo do trabalho será dar mais transparência nas operações do FI-FGTS. Esse fundo destinará, pelo menos, R$ 12 bilhões em empréstimos para a iniciativa privada nos projetos de concessão anunciados na semana passada.
Há preocupação dos integrantes do Conselho Curador sobre os critérios de escolha das aplicações do FI-FGTS. Eles defendem que sejam mais técnicos e menos partidários como no passado, a fim de evitar perdas milionárias como a registrada nos investimentos na Sete Brasil, da qual o FI-FGTS é sócio e credor.
A maior preocupação dos conselheiros é buscar representantes com perfil técnico para o grupo de trabalho, assim como para o Comitê de Investimento do FI-FGTS, evitando qualquer aparelhamento político como ocorrido em outros fundos, como os de pensão de servidores. A tensão entre os membros do Conselho Curador tem sido grande.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique