Jornal Correio Braziliense

Economia

País tem 12 milhões de pessoas sem trabalho

Taxa de desemprego de 11,8% no trimestre encerrado em agosto é recorde, segundo o IBGE; Temer diz que recebeu herança negativa de Dilma e que não tem responsabilidade sobre a crise

No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o desemprego ;certamente; tende a começar a cair a partir do ano que vem, com a recuperação da confiança dos empresários e a retomada do crescimento. ;O emprego tem uma certa defasagem em relação à atividade econômica. Com o crescimento da economia, evidentemente a retomada do emprego acontecerá inevitavelmente, embora não imediatamente;, disse ele. O ministro destacou, no entanto, que a situação econômica ainda ;é muito séria;, que o Brasil ;continua em recessão; e que ;é prematuro dizer que já começou a recuperação;.

Meirelles afirmou ainda que o governo conta com a aprovação, ainda este ano, da proposta de emenda à Constituição que limita o crescimento dos gastos públicos e com o encaminhamento da reforma da Previdência. Segundo ele, as medidas são essenciais para que a confiança dos investidores na política econômica continue a aumentar. Para Eduardo Velho, economista-chefe da A2A INVX Global, o mercado de trabalho vai demorar para retomar o fôlego. ;O emprego é o último indicador a sentir a crise econômica e o último a sair dela. Apesar do aumento nos níveis de confiança nos rumos da política econômica, o empresariado tende a aguardar os resultados das reformas estruturais para dar o próximo passo. Qualquer melhora só começará a ser sentida a partir do segundo semestre de 2017;, avaliou.

Piora consecutiva
A Pnad Contínua aponta que a população desocupada no país cresceu 5,1%, o que significa que mais 583 mil pessoas saíram do mercado de trabalho, no trimestre de junho a agosto de 2016, em relação ao de março a maio, quando a quantidade de desocupados era de 11,4 milhões. Essa é a vigésima primeira piora consecutiva, segundo Cimar Azeredo, responsável pela pesquisa do IBGE. ;Essa queda na ocupação normalmente não acontece em pleno terceiro trimestre. Um dado muito importante, também, é que, até 2015, informalidade e o trabalho doméstico ainda absorviam parte da mão de obra desempregada. Mas agora isso já não está acontecendo;, destacou.

O estudo do IBGE revelou também que a população ocupada caiu 0,8% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao período anterior. De acordo com a Pnad, 90,1 milhões estavam inseridos no mercado de trabalho, um decréscimo de 712 mil pessoas. No confronto com igual intervalo do ano passado, quando eram 92,1 milhões de ocupados, houve declínio de 2,2%, ou redução de aproximadamente 2 milhões de pessoas.

De acordo com o IBGE , a quantidade de empregados com carteira assinada (34,2 milhões) se manteve estável em 2016. Mas esse é o menor patamar desde maio de 2012, quando o contingente era de 33,9 milhões de trabalhadores. Porém, frente ao trimestre de junho a agosto de 2015, houve queda de 3,8%, ou dispensa de 1,4 milhão de trabalhadores.



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