Com a recuperação dos preços de produtos importantes da pauta exportadora brasileira, a balança comercial do país voltou a ter bom desempenho em setembro e fechou o mês com um superavit de US$ 3,8 bilhões. No acumulado de janeiro a setembro de 2016, o superavit comercial atingiu US$ 36,175 bilhões, o melhor saldo para o período da história. No entanto, boa parte do resultado se deve a um recuo significativo nas importações devido à recessão. De janeiro a setembro, houve uma retração de 23,9% na média diária de compras no exterior ante o mesmo período de 2015, totalizando US$ 103,186 bilhões. Foi o pior mês de setembro para importações desde 2007.
As exportações também encolheram e o resultado positivo se deve a um recuo menor das vendas do que das compras no exterior. A média diária de exportações, entre janeiro e setembro deste ano, caiu 4,6% ante os mesmos meses do ano passado, somando US$ 139,361 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
Apesar de Herlom Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do Mdic, ter comemorado o resultado ; ;foi o melhor para o mês desde 2006 e o acumulado no ano é o melhor desde que começou a série histórica em 1989;, afirmou ;, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, não compartilha do otimismo.
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Castro considera que a melhora do saldo comercial está diretamente relacionada ao momento recessivo da economia brasileira, com a redução da produção por conta da baixa demanda. ;Apesar do ótimo superavit nominal, chamo isso de superavit negativo. Aquele que se dá pela queda maior da importação do que do aumento de exportação. É diferente do resultado de 2006, que foi obtido com aumento de exportação;, esclareceu.
Na opinião do presidente da AEB, o que gera atividade econômica é a corrente de comércio, que está enfraquecida. Ele fez uma comparação: de outubro de 2014 a setembro de 2015, foram registrados US$ 385 bilhões no comércio internacional, enquanto que no mesmo período até o mês passado, atingiram US$ 326 bilhões. De janeiro a setembro de 2015, foi de US$ 279 bilhões ante US$ 242 bilhões deste ano. ;Quando cai a corrente de comércio, cai emprego, cai arrecadação, cai tudo. A soma é negativa, não é nem zero;, criticou.
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