Aposentar-se ficará mais difícil para os brasileiros. A proposta da reforma da previdência prevê que homens e mulheres terão que trabalhar, pelo menos, até os 65 anos para poder requerer aposentadoria. Além disso, será preciso contribuir por 50 anos para garantir o recebimento do benefício integral ; até teto do INSS (R$ 5.189,82, atualmente). Além disso, segundo os especialistas, no futuro, os valores pagos pela Previdência Social serão bem menores que os atuais. Diante desse cenário pouco animador, é necessário que as pessoas comecem a se preparar financeiramente para a velhice o mais cedo possível e procurem alternativas para completar a renda quando deixarem o mercado de trabalho.
Sem confiança de contar apenas com a proteção do Estado, um número crescente de pessoas vem procurando se filiar a planos de previdência privada oferecidos por bancos. No primeiro semestre deste ano, as contribuições a esses planos cresceram 13%. ;Tem que ter um plano B;, diz Renato Follador, consultor e presidente do Fundo Paraná de Previdência Multipatrocinada Brasil. Mas quanto é necessário poupar para ter uma renda complementar confortável na aposentadoria? Segundo os especialistas, isso depende do esforço de cada um e do tempo disponível até a inatividade. De maneira geral, quem começa a se precaver mais cedo consegue mais facilmente atingir os objetivos.
Considere-se, como exemplo, que uma pessoa tenha como meta receber uma renda mensal de R$ 1.000 durante 10 anos, a partir dos 55 anos de idade. Se ela começar a contribuir aos 25 anos, precisará pagar R$ 108,79 por mês. Com isso, conseguirá formar um patrimônio suficiente para garantir a renda pretendida. Os cálculos levam em conta que os recursos sejam investidos com retorno equivalente a uma taxa real de juros de 5,66% ao ano.
Para quem passar a contribuir aos 35 anos, o esforço será maior e o valor mensal a ser pago subirá para R$ 228,47. E quem deixar para pensar em aposentadoria um pouco mais tarde, e começar o investimento com 45 anos, terá um desembolso bem mais salgado: R$ 624,68 por mês.
Capitalização
A diretora de Vida e Previdência da Seguradora Mapfre, Maristela Gorayb, explica que a grande diferença entre a previdência privada e a oficial é que a primeira funciona em regime de capitalização, ou seja, os recursos são investidos e cada cotista acumula sua reserva individualmente. Na Previdência Social, todos contribuem de forma compulsória, mas não há investimento, e o Estado se compromete a pagar os benefícios.
Montada sobre um modelo que tinha como pressuposto a existência de um número bem maior de trabalhadores na ativa do que aposentados, a Previdência Social passou a acumular deficits crescentes à medida que o perfil etário da população mudou. ;As pessoas estão vivendo muito mais. Além disso, o número relativo de contribuintes diminuiu, com as pessoas tendo cada vez menos filhos;, explica Maristela. De acordo com o IBGE, em 2030, o país terá 41,5 milhões de idosos, contra 14,2 milhões em 2000. E a faixa de jovens de 15 a 29 anos, que representava 28,2% da população, cairá para 21%.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique .