Jornal Correio Braziliense

Economia

Preços da gasolina têm pouca mudança nos postos de combustíveis do DF

Redução dos custos do combustível nas refinarias, anunciada pela Petrobras, ainda não teve efeito significativo para o consumidor


Apesar de a Petrobras ter anunciado corte de 3,2% no valor da gasolina nas refinarias, poucos postos de combustíveis diminuíram os preços em Brasília. O custo mínimo encontrado no Plano Piloto se mantém em R$ 3,23, como na semana passada. Entre os revendedores que já cobravam menos que R$ 3,30, apenas três tiveram reduções, que variam de R$ 0,02 a R$ 0,04 a menos por litro .

Dos 22 postos visitados pelo Correio, sete tiveram redução. A maior queda foi de R$ 0,28 em um estabelecimento da Asa Sul, mas o custo cobrado anteriormente era superior a R$ 3,54. Os gerentes dos postos não souberam dizer se o recuo foi influenciado pela redução nas refinarias da Petrobras, mas garantem que a queda na distribuição será repassada aos consumidores.

Os novos valores nas refinarias estão em vigor desde a 0h de sábado. As distribuidoras compram o combustível nos pontos de vendas da estatal e o repassam pelo preço desejado. ;A Petrobras baixa lá na refinaria, mas os distribuidores finais podem reduzir ou não os valores. Isso depende das circunstâncias das operações, dos custos e da demanda;, explicou o consultor econômico Carlos Eduardo de Freitas.

A BR Distribuidora, vinculada à Petrobras, disse que não comenta a precificação final dos combustíveis, que é feita, informou, ;a partir de variáveis como estrutura de custos fixos e variáveis, carga tributária, política comercial, concorrência etc;.

O brigadista Werley José Machado, 29 anos, diz que o preço justo da gasolina deveria ficar abaixo de R$ 3. ;É um absurdo o produto custar R$ 0,94 na Venezuela e bem mais no Brasil, onde há maior consumo;, considerou. Ontem, ele e a família ficaram 35 minutos na fila de um posto que vendia gasolina a R$ 3,23 na Asa Norte. ;O dinheiro que sobra eu coloco no cofrinho do meu filho, Matheus. Já consegui economizar R$ 400;, destacou.

Questionada se iria baixar os preços, a Rede Jarjour informou que o cenário em cada região é diferente, o que não garante uma redução igual na bomba em todo o país. ;Em Brasília, estamos trabalhando com uma margem extremamente reduzida;, informou a empresa. O Correio não conseguiu contato com Rede Cascol, que está sob intervenção do Conselho Administrativo de Defesa Econômica. A Rede Gasolline não respondeu às perguntas.

A assistente social Maria Aparecida Gomes, 51 anos, sempre pesquisa preços antes de abastecer. Desde o início do ano, ela conseguiu economizar entre R$ 100 e R$ 150 com a queda nos valores, e espera por novas reduções. ;Vamos ver se os postos vão reduzir o preço. Espero que sim;, disse.