Economia

Inflação traz de volta compras dos brasileiros "para o mês todo"

Carestia faz consumidor retomar hábitos das décadas de 1980 e 1990, como ir ao supermercado logo após receber o salário e encher a despensa por períodos mais longos. E a necessidade de economizar aumenta frequência a lojas de atacado

Rodolfo Costa - Enviado especial
postado em 09/11/2016 06:00

Marcella Luchini, trocou os supermercados tradicionais pelo atacarejo.

Atibaia (SP)
; A alta da carestia, sobretudo de alimentos e de bebidas, vem fazendo o consumidor brasileiro resgatar hábitos dos tempos em que a hiperinflação batia à porta, como fazer compras para todo o mês. De janeiro a agosto, 44% dos gastos feitos pelas pessoas nos supermercados foram para realizar compras de abastecimento, segundo estudo divulgado pela Kantar Worldpanel, empresa especializada no comportamento do consumidor. Essa parcela das despesas aumenta desde 2011, quando estava em 41%. O dado mostra que, diante do aperto dos preços, quase metade dos produtos consumidos contemplaram compras mensais e de estoque de mercadorias, movimento que foi muito observado na década de 1980 e no início dos anos 1990.

Outra característica que, guardada as devidas proporções, lembra o período de hiperinflação, é a de compras feitas nos 10 primeiros dias de cada mês. Neste ano, até agosto, 37,5% das despesas em supermercados ocorreram nesse período, informa a Kantar. Ou seja, além de suprir a despensa da casa por períodos mais longos, o grosso do consumo das famílias também ficou concentrado em um prazo em que os salários caem na conta bancária dos trabalhadores.

Esses movimentos mostram a preocupação do consumidor em reduzir os danos da carestia no orçamento doméstico. Com uma inflação de alimentos e bebidas de 9,11% até agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o medo de que os preços continuassem galopando e reduzindo o poder de compra, as famílias, já endividadas, passaram a priorizar os gastos com supermercados, observa a diretora comercial da Kantar, Christine Pereira.

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