postado em 14/11/2016 15:47
Os juros futuros deram sequência ao ajuste visto nas últimas sessões e fecharam novamente em forte alta na sessão regular da BM nesta segunda-feira (14/11) ainda refletindo o movimento de aversão ao risco que penaliza ativos de mercados emergentes desde a eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA. Os contratos de longo prazo subiram mais do que os mais curtos, reduzindo ainda mais a inclinação negativa da curva.
Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2018 fechou com taxa de 12,54%, de 12,33% no ajuste anterior. A taxa do DI janeiro de 2019 subiu de 11,87% para 12,23%. O DI janeiro de 2021 encerrou com taxa de 12,42%, de 11,99%.
O risco de um aperto monetário mais forte nas taxas de juros norte-americana, com Trump presidente, manteve-se como pano de fundo para os movimentos do mercado. Tal percepção seguiu pressionando o rendimentos dos Treasuries e fortalecendo o dólar ante moedas de países emergentes, incluindo o real, que hoje chegou a encostar em R$ 3,47. A T-Note de dez anos projetava taxa de 2,211%, de 2,140% no fim da tarde de quinta-feira.
"Hoje foi mais do mesmo. Prevaleceu o cenário ruim para os emergentes", disse o estrategista-chefe da Coinvalores, Paulo Nepomuceno. A liquidez foi expressiva para uma segunda-feira encravada entre o fim de semana e o feriado em comemoração da Proclamação da República. "Amanhã, os mercados operam normalmente lá fora, e o investidor não quer ficar exposto", explicou.
Um dos efeitos do processo de reprecificação de ativos desde a eleição de Trump foi a quase zeragem das apostas em corte da Selic em 0,5 ponto porcentual, com fortalecimento da aposta de queda de 0,25 ponto, como atesta a subida das taxas curtas nas últimas sessões, mesmo em meio à melhora nas expectativas de inflação e à piora na previsão sobre a atividade.
Na pesquisa Focus desta segunda-feira, a mediana das estimativas para a Selic no final de 2016 avançou de 13,50% para 13,75%, enquanto a mediana para IPCA caiu de 6,88% para 6,84%. Para 2017, passou de 4,94% para 4,93%. As expectativas para o PIB em 2015 pioraram de -3,31% para -3,37% e, para 2017, de %2b1,20% para 1,13%.
Por Agência Estado