As contas combinadas do Tesouro Nacional, do Banco Central e da Previdência Social, o chamado governo central, registraram em outubro superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 40,8 bilhões, o melhor resultado em um único mês desde o início da série histórica, em 1997.
[SAIBAMAIS]Graças aos recursos extras do programa de repatriação de ativos não declarados no exterior, a receita líquida ganhou um impulso de 39,3%, em termos reais (descontada a inflação), somando R$ 132 bilhões no mês passado. As despesas tiveram queda real de 15,5%, para R$ 91,2 bilhões.
No acumulado do ano, o rombo das contas do governo central somou R$ 55,8 bilhões, alta real de 60,1% sobre o deficit de R$ 32,9 bilhões registrado no mesmo período de 2015, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (25/11) pelo Tesouro Nacional. Faltando apenas dois meses para o fim do ano, o governo ainda mantém a meta fiscal de um saldo negativo recorde de R$ 170,5 bilhões, ou 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB). A secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, no entanto, adiantou que o resultado primário esperado para o último bimestre é de um deficit de R$ 110,9 bilhões. ;Essa trajetória implica dizer que faremos um deficit de R$ 166,7 bilhões no ano, abaixo da meta;, afirmou ela, acrescentando que haverá um saldo remanescente da repatriação que poderá ser computado em novembro.
Ana Paula explicou que esse resultado de R$ 166,7 bilhões desconta do deficit o repasse de R$ 3,8 bilhões para estatais, estados e municípios para que eles possam compor o resultado primário.
Até 31 de outubro, o governo registrou uma arrecadação de R$ 46,8 bilhões no ano com a repatriação. Apesar dessa receita extraordinária, a receita líquida de janeiro a outubro continuou em queda. Somou R$ 919,6 bilhões, volume 2,1% menor que o registrado no ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 0,1%, totalizando R$ 975,4 bilhões.
O rombo da Previdência continua crescendo em ritmo acelerado. Até o mês passado, chegou a R$ 123,9 bilhões no acumulado do ano, um salto de 53,7% sobre o saldo negativo nos 10 primeiros meses de 2015. O resultado do Tesouro teve alta de 65%, para um superavit de R$ 68,7 bilhões. Já o Banco Central teve deficit de R$ 672,6 milhões.