Economia

Comércio espera Natal com recuo nas vendas e menos contratações

Com o consumidor retraído por causa do desemprego e da queda na renda, faturamento dos lojistas na data comemorativa deve cair 4% em relação a 2015, segundo a CNC

Rodolfo Costa
postado em 29/11/2016 06:00
Comércio espera Natal com recuo nas vendas e menos contratações
Passada a euforia com a Black Friday, as atenções dos varejistas voltam-se, agora, à dura realidade que o setor atravessa. O cenário é tão desafiador que nem as expectativas para o Natal são boas. Com a deterioração do mercado de trabalho minando a intenção de consumo das famílias e a massa de rendimentos na economia, a data comemorativa de dezembro ; a melhor em termos de vendas ; deve propiciar um faturamento de R$ 31,9 bilhões este ano, prevê a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O valor, que corresponde a 40,7% do volume de vendas esperado para o mês, representaria uma queda de 4% em relação ao ano passado.
Além de recuo nas vendas, a CNC também projeta a contratação de 133,8 mil trabalhadores temporários no varejo ; uma redução de 3,5% em relação a 2015. Os números são uma amostra do agravamento do quadro econômico. Em setembro, a entidade trabalhava com perspectiva de retração de 3,5% no faturamento e queda de 2,4% nas admissões provisórias. ;O comércio passa por uma conjuntura muito ruim. O Natal deste ano praticamente repetirá o tombo de 2015;, salientou o economista sênior da entidade, Fábio Bentes.

Embora a projeção de queda das vendas seja pouco menor que a ocorrida no ano passado, Bentes reforça que a previsão atual incide sobre um resultado que já havia sido muito ruim ; o pior em 11 anos. E a revisão dos números é uma resposta à piora da conjuntura desde setembro, quando os primeiros prognósticos foram divulgados. ;As projeções pioraram porque o crédito continua caro, o mercado de trabalho, fraco, e a confiança do consumidor caiu pela primeira vez no governo Temer. Não há melhora dos indicadores que nos faça projetar crescimento no curtíssimo prazo;, justificou.

Os únicos fundamentos que podem segurar uma queda ainda maior das vendas são a inflação e o câmbio. Embora mantenham-se em crescimento, os preços sobem em um ritmo menor, ajudados em parte pela recente valorização do real frente ao dólar. Ainda que a moeda brasileira tenha voltado a se depreciar nas últimas semanas, em decorrência da vitória de Donald Trump na disputa pela Presidência dos Estados Unidos, o movimento não se refletirá nos preços dos produtos que serão negociados no Natal. ;Contratos de fornecimento entre varejistas e indústrias foram concluídos antes das eleições norte-americanas;, destacou Bentes.

Lembrancinhas


Além dos fundamentos econômicos, outro fator complicará as vendas em dezembro: a Black Friday. Como já havia ocorrido em 2015, na sexta-feira passada (25), data do evento, muitos consumidores anteciparam as compras que seriam feitas no Natal para aproveitar os descontos, que chegaram até a 80%.

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