Jornal Correio Braziliense

Economia

Aço Brasil revê previsão de queda da produção de aço bruto em 2016

As vendas no mercado interno devem totalizar 16,3 milhões de toneladas no ano, recuo de 10,1%, patamar semelhante ao de 2005



A crise no mercado interno e o excesso de aço no mercado internacional levaram o Instituto Aço Brasil a reduzir suas projeções para o nível de atividade do setor neste ano. A nova estimativa para a produção de aço bruto no País em 2016 é de 30,7 milhões de toneladas, o que representa queda de 7,6% em relação a 2015. Se confirmado, será o menor volume registrado desde 2009. A projeção anterior, divulgada em junho, era de uma queda na ordem de 4,3%, para 31 milhões de toneladas.

De acordo com o Aço Brasil, a intensidade da queda do desempenho dos indicadores da indústria siderúrgica vem diminuindo, "o que permite dizer que talvez o pior tenha passado", diz em nota divulgada junto com as previsões. Na análise do instituto, isso não garante a recuperação vigorosa do setor devido à manutenção de fatores estruturais e conjunturais e à fraqueza da demanda doméstica.


As vendas no mercado interno devem totalizar 16,3 milhões de toneladas no ano, recuo de 10,1%, patamar semelhante ao de 2005. O consumo aparente de aço, por sua vez, deve somar 17,9 milhões de toneladas, queda de 16,2%. Até junho a expectativa era de queda de 14,4%.

"Tanto em nível de venda quanto de consumo aparente estamos retomando o patamar de 11 anos atrás. A situação do mercado interno nos levou a uma realidade de uma década atrás. Em termos de consumo paramos no tempo", disse Alexandre Lyra, presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil. "A mensagem positiva é que a queda está desacelerando, mas daí a se falar em retomada ainda temos um belo caminho pela frente", disse.

As exportações devem somar 13,218 milhões de toneladas em 2016, queda de 7,6% em relação a 2015. A estimativa anterior era de diminuição de 3,5%, para 13,726 milhões de toneladas. Em valores o Aço Brasil estima que as vendas externas alcancem US$ 5,5 bilhões, 16,7% inferiores na comparação anual.

Já as importações são estimadas em 1,622 milhões de toneladas, recuo de 49,5% em relação ao ano passado.

O consumo aparente de aço em 2017 deverá crescer 3,5%, para 18,483 milhões de toneladas. Já as vendas no mercado doméstico podem ter alta de 3,6%, para 16,920 milhões de toneladas.

Produção


A produção de aço bruto em outubro somou 2,720 milhões de toneladas, queda de 8,8% ante o registrado no mesmo mês de 2015. De janeiro a outubro 25,638 milhões de toneladas de aço foram produzidas nas usinas do País, um recuo de 9,2%.

O consumo aparente de aço, que inclui produtos nacionais e importados, caiu 2,1% no mês, para 1,605 milhão de toneladas, e no ano já acumula um recuo de 17,6% (15,286 milhões de toneladas). Já as vendas de aço no mercado interno recuaram 5,4% no mês passado, para 1,374 milhão de toneladas. Nos dez primeiros meses do ano a comercialização de produtos siderúrgicos no mercado interno diminuiu 11,1%, somando 13,937 milhões de toneladas.

Na tentativa de compensar a perda de mercado doméstico, as siderúrgicas tentaram exportar mais, mas têm esbarrado no que chamam de "assimetrias competitivas" e no custo Brasil. Houve queda de 2,3% nas exportações no acumulado do ano. De janeiro a outubro foram exportadas 10,999 milhões de toneladas de aço. Em outubro houve queda de 23,4% ante o mesmo mês de 2015, para 931 mil toneladas.

Os ganhos com as exportações em dólar caíram 19,9%. Ao longo dos primeiros dez meses de 2016 a siderurgia obteve receita de US$ 4,537 bilhões com os embarques de aço.

Em outubro o País importou 282 mil toneladas de aço, volume 46,9% superior ao de igual mês do ano passado. No acumulado dos dez meses do ano as importações caíram 51%, somando 1,451 milhão de toneladas de aço.

Por Agência Estado