Simone Kafruni
postado em 05/12/2016 18:30
Em reunião com líderes da base aliada na Câmara dos Deputados e no Senado, na tarde desta segunda-feira, o presidente Michel Temer apresenta as justificativas para uma reforma da Previdência. ;Vamos remetê-la amanhã ao Congresso e logo mais a apresentaremos para as centrais sindicais;, explicou Temer. ;Nosso trabalho é o de preservar a Previdência hoje, senão, amanhã, não teremos um sistema sustentável. Fizemos um trabalho responsável sobre um tema espinhoso, que precisa ser tratado com serenidade e paciência;, alertou o presidente.
Temer lembrou que a idade média de aposentadoria no Brasil é de 54 anos, inferior a que era em 1962. ;Para alguns, o tempo de gozo dos benefícios tem sido maior do que o tempo de contribuição. Por isso, é preciso postergar a concessão da aposentadoria;, disse Temer. Segundo o presidente, as despesas com a Previdência hoje estão em torno de 8% do Produto Interno Bruto (PIB), mas chegarão a 18% em 2060, o que inviabilizará o sistema. ;Países ricos tiveram que fazer ajustes radicais, alguns reduziram valores de aposentadorias e salários em 30%;, comparou.
Temer destacou que as novas regras valerão para os mais jovens e haverá regras de transição para que tiver acima dos 50 anos. ;Chega de pequenas reformas. Ou resolvemos o problema de frente ou não vamos entregar uma Previdência sustentável. Quem vai decidir será o Congresso Nacional;, afirmou.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reiterou que a reforma é uma necessidade. ;De um lado a questão da demografia, com mais pessoas vivendo mais, que é uma coisa boa. Mas, como no Brasil, o sistema é solidário, ou seja, de repartição simples, em . 2060, teremos apenas 131 milhões de brasileiro em idade ativa;, afirmou.
Meirelles ressaltou que, todos os meses, são pagos R$ 34 bilhões em aposentadorias e pensões. Valor que passa de R$ 38 bilhões com demais benefícios. ;E isso está avançando bastante;, destacou. ;É um aumento impressionante que não será possível sustentar. O Brasil envelhece muito rapidamente. Seremos mais envelhecidos que os EUA na década de 2050. Isso é bom. Mas a única maneira de sustentar isso é que todos nós brasileiros trabalhemos mais. É uma necessidade, não é uma decisão;, ressaltou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que a emenda é decisiva para o futuro do Brasil. ;Todos que têm interesse de colaborar e investir no país estão olhando esta votação. A reforma nos garante, inclusive, sonhar com taxa de juros mais baixas;, opinou.