O Banco Central divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em que discutiu uma redução ainda maior na Taxa Selic de Juros, que diminui de 14% ao ano para 13,75% a.a. No documento, a autarquia informou que a inflação deu sinais positivos, mas ainda é resistente diante da recuperação demorada e gradual da atividade econômica brasileira. O comitê deve acelerar o corte se o PIB brasileiro não voltar a crescer.
Alguns analistas do mercado financeiro acreditavam em um corte de 0,5 ponto percentual, para 13,50% a.a, mas a autoridade monetária optou pela taxa mais conservadora. O cenário do processo de aprovação de reformas fiscais, como a PEC 55, do teto dos gastos, e a da Previdência Social ainda é incerto e demandam um andamento mais célere. Se realizadas, as mudanças potencializariam os efeitos da política monetária e reduziriam os custos do processo de redução da inflação.
Na ata, o BC informou que a economia não terá os resultados esperados a curto prazo, diante das projeções para o PIB deste ano e de 2017, além dos maus resultados dos índices de confiança. A atividade segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletindo nos baixos números da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego.
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Segundo a instituição, a inflação recente foi mais favorável que o esperado, em decorrência da reversão da alta de preços de alimentos. Com os melhores números, o Boletim Focus reduziu a inflação medida pelo IPCA para 2016 para 6,7%. Em 2017, a previsão dos índices também recuaram para 4,9%. Para 2018, o BC manteve a projeção de 4,5%.
Se a atividade econômica não der sinais de melhora, o comitê pode flexibilizar o ritmo de flexibilização dos juros. O BC irá avaliar os resultados na próxima reunião do Copom, em janeiro de 2017.
O comitê demonstrou preocupação com o impacto dos preços administrados na inflação. Em destaque, estão os combustíveis e energia elétrica. Após duas quedas, a Petrobras anunciou ontem o aumento da gasolina e do diesel nas refinarias. A energia elétrica sofre com recomposição tarifárias para corrigir distorções de políticas passadas.
No âmbito externo, a autarquia declarou que o cenário é incerto, dado o aumento da volatilidade dos preços de ativos, indicando o possível ;fim do interregno benigno; para economias emergentes. O BC prevê normalização das cotações cambiais nos EUA no curto prazo.