Economia

Economia deve crescer apenas 0,5% em 2017, prevê CNI

Para a entidade, pesa para as projeções o desequilíbrio das contas públicas e a fraca demanda na economia

Rodolfo Costa
postado em 13/12/2016 16:38
A indústria está pouco otimista em relação à economia. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta para 2016 uma queda de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e um ligeiro crescimento de 0,5% para 2017. Os dois resultados são abaixo da mediana atual prevista pelo mercado, de recuo de 3,5% este ano e um avanço de 0,7% no próximo.

Para a entidade, pesa para as projeções o desequilíbrio das contas públicas e a fraca demanda na economia. No caso das indústrias, a alta ociosidade nos parques fabris impede que a produção retome um ritmo desejável. E não é para menos, uma vez que, no ambiente doméstico, o setor depende da recuperação dos gastos das famílias.

Com o desemprego em alta em um contexto de inflação acima do teto da meta estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5%, a massa de rendimentos está caindo. O resultado disso se reflete em menos vendas no comércio e queda das receitas no setor de serviços. Por consequência, empresários das duas atividades acabam demandando menos da indústria.

Em decorrência das dificuldades financeiras das famílias, a CNI prevê uma queda de 4,5% do consumo das famílias para 2016 e uma pequena reação de 0,2% em 2017. ;O próximo ano será caracterizado por um início ainda muito difícil;, diz, em nota, a entidade no Informe Conjuntural. A recuperação, para a entidade, deve começar no segundo semestre.

Incertezas


As incertezas são grandes para 2017, principalmente após a delação do diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, que envolve o presidente Michel Temer no esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal. O risco de mudanças de governo podem impor barreiras às tramitações de reformas enviadas pelo Executivo.

Independentemente do cenário político, o presidente da CNI, Robson Andrade, não nutre muitas esperanças de crescimento em 2017. ;Temos expectativa de que vamos partir para um ano de estabilização;, disse. O pacote de estímulo à economia tão pouco deve mudar o cenário para o próximo ano. ;Apenas garantiria uma estabilização melhor. Mas não terá crescimento;, reforçou.

Andrade, no entanto, discorda que o presidente Temer deva renunciar, ao contrário do que pede a oposição no Congresso. ;Isso é o pedido de uma oposição desestruturada, sem rumo e caminho, que não pensa no Brasil, apenas em si próprio;, declarou.

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