Economia

Comércio enfrenta crise com desemprego e corte na renda da população

No acumulado em 12 meses encerrado em outubro, as vendas registram queda de 6,8%, o pior resultado em 15 anos

Rodolfo Costa
postado em 14/12/2016 06:05

Até segmentos que comercializam produtos essenciais, como alimentos, tiveram resultado pior que em 2015 O varejo segue mergulhado na recessão. Em outubro, as vendas caíram 0,8% em relação a setembro, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando comparado ao mesmo período do ano passado, houve retração de 8,2%. Embora o desempenho tenha vindo dentro do esperado pelo mercado, de recuo de 8,6%, foi o pior resultado para o mês em toda a série histórica, iniciada em 2001.

No acumulado em 12 meses encerrado em outubro, as vendas registram queda de 6,8%, também o pior resultado em 15 anos. O cenário desolador reflete o quadro recessivo, com 12 milhões de desempregados. Nem mesmo segmentos que comercializam bens essenciais, como o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, obtiveram bons resultados.

Em outubro, as vendas nesses ramos de atividade recuaram 0,6% em relação a setembro. Frente ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 6,5%. Foi o pior desempenho para o mês, nessa base de comparação, desde junho de 2003. Nesse caso, o tombo surpreendeu analistas, uma vez que a inflação no acumulado em 12 meses desacelerou de 8,48% em setembro para 7,87% em outubro.

Para a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes, a retração atípica do segmento de hipermercados foi influenciada pela queda de 3,2% da massa de rendimentos no trimestre encerrado em outubro em relação a igual período de 2015. ;O recuo na renda tem impacto sobre os gastos das famílias;, disse ela.

Isabella ressalta que as famílias não estão ;deixando de comer;, mas reduzindo a quantidade de produtos comprados. ;Elas demandam menos e trocam marcas mais caras para mais baratas;, explicou. Outro segmento de bens essenciais que também mostrou retração, pelo mesmo motivo, foi o de artigos farmacêuticos, medicinais, ortopédicos e de perfumaria, que recuou 0,1% na comparação com setembro e 6,1% em relação ao mesmo período de 2015. Foi o pior resultado em toda a série histórica.

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