postado em 14/12/2016 16:43
Durante sua participação no seminário Correio Debate - Desafios para 2017, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o Brasil está na maior recessão da história, mas buscando os rumos certos para entrar no eixo. "Estamos enfrentando bem, e com sucesso, a crise", disse. O evento, promovido pelo Correio Braziliense nesta quarta-feira (14/12), reuniu especialistas para debater as perspectivas econômicas do país no próximo ano.
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Segundo Meirelles, o governo tem feito "esforços enormes" para controlar as despesas e enquadrá-las no deficit de R$ 170 bilhões. O ministro assegurou que a conta do deficit é realista e se comprometeu com a transparência. "Um dos primeiros compromissos foi dar transparência às contas públicas. Precisamos mostrar, a todos os agentes, que as contas estão sendo feitas. Encontramos despesas reais não pagas e não orçadas."
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Como exemplo, o ministro citou o atraso de aluguéis de embaixadas no exterior, item que não estava no orçamento. "A despesa de aluguel em outros países tem que estar no orçamento, e não estavam. Havia também obras realizadas que não foram pagas e não estavam no orçamento", ponderou. "O Brasil está devendo e não colocou no orçamento. Esse é o tipo de coisa que nos fez, na hora que investigamos, publicar um deficit de R$ 170 bilhões."
PEC do Teto
[SAIBAMAIS]Meirelles iniciou o discurso exaltando a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que estabelece um teto para os gastos públicos. "É um momento histórico. Primeira vez, desde a aprovação da Constituição de 1988, temos limitação ao crescimento do gasto público do país", disse.
Ele ainda afirmou que, entre 2008 e 2015, as despesas públicas cresceram 56,6% acima da inflação, enquanto o PIB aumentou apenas 18%. "Isso mostra a insustentabilidade desse processo. Mesmo com a tributação aumentando, hoje, em 2016, quando o Brasil já tem a maior carga tributária da América Latina, temos deficit de R$ 170 bilhões. É enorme, avassalador."
A vantagem de ser transparente com os agentes econômicos é que, a partir de então, a confiança começou a aumentar, assegurou Meirelles em sua fala. "E esse é o pré-requisito para o país voltar a se recuperar. O país tem um índice de confiança dos consumidores e dos empresários, e ambos caíram sistematicamente desde 2011. Agora, é o primeiro ano que começou a recuperar, a partir de maio", explicou.
Crescimento
O ministro da Fazenda disse ter confiança de que o país volta a crescer a partir do ano que vem. "O Brasil vai crescer, principalmente quando medirmos trimestre contra trimestre, que é o que interessa, de fato. Como caímos muito, a recuperação parte de um ponto baixo. Comparando 2017 com 2016, será pequeno. No entanto, se comparamos o último trimestre do ano que vem com o quarto trimestre deste ano, temos previsão de um crescimento de 2,8%", destaca.
Sobre trabalho, a previsão de crescimento do emprego será cosnequência da recuperação econômica, avaliou Meirelles. "Deve acontecer com defasagem, mas é algo que vai acontecer. O combate à inflação está sendo bem-sucedido. E, portanto, é um processo difícil, mas bem sucedido", encerrou.
Colaborou Rodolfo Costa e Fernando Caixeta.
Colaborou Rodolfo Costa e Fernando Caixeta.