Rosana Hessel
postado em 15/12/2016 06:28
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a economia dará sinais de forte crescimento no fim de 2017 e que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro voltará a ter uma expansão mais acelerada a partir de 2018. ;Estamos em um processo de superação desta crise. As previsões já são unânimes de que o país vai crescer no próximo ano, principalmente, quando medirmos trimestre com trimestre. E é o que interessa de fato;, disse ele durante o seminário Correio Debate ; Desafios para 2017 ontem, na sede do Correio Braziliense. ;A nossa previsão é que sairemos do próximo ano crescendo e, certamente, entrando em 2018 com uma trajetória de crescimento muito forte, apesar de estarmos enfrentando a maior recessão da história;, garantiu ele, que prevê alta de 2,8% nos últimos três meses de 2017 em relação ao mesmo período deste ano.
[SAIBAMAIS]Meirelles sinalizou que, na economia, o cronograma está andando dentro do planejado, apesar da crise política ;O programa de ajuste segue normalmente, sem interrupções e sem soluços, forte, e temos certeza de que será bem-sucedido;, disse. O ministro destacou que o principal objetivo do governo para 2017 é a recuperação da economia e a consolidação do ajuste fiscal, que ;estabelecerá as bases para o avanço da economia nos anos seguintes;. ;Esperamos que o crescimento aumente gradualmente nos próximos anos. Hoje, a capacidade de o Brasil crescer, que é a previsão para 2018, é ao redor de 2,5% ao ano, mas poderá chegar até 4% nos anos seguintes, em virtude de todas as reformas que estão sendo feitas agora;, assegurou.
Meirelles fez questão de destacar que a recessão profunda que o Brasil está enfrentando, com alto índice de desemprego, é resultado de uma crise econômica que ;foi herdada; do governo anterior, mas que os sinais de retomada começam a aparecer. ;Estamos já em processo de crescimento em 2017, quando terminaremos o ano com um produto substancialmente superior ao do final deste ano;, destacou.
Ele lembrou que o ajuste fiscal está em curso para essa retomada e reiterou que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos à inflação por 20 anos, a PEC do Teto, que será promulgada hoje pelo Congresso Nacional, é uma ;vitória extraordinária;. ;É a primeira vez em 28 anos que se limita constitucionalmente o crescimento do gasto público no Brasil, e isso vai gerar resultados que vão ser positivos por décadas;.
O evento foi aberto pelo vice-presidente executivo do Correio, Evaristo de Oliveira. Ele afirmou que é preciso reconhecer as conquistas significativas no processo de recuperação do país como a PEC do Teto. ;É a primeira vez que se escreve na constituição algo com força para disciplinar os gastos da União;, ressaltou ele, lembrando que a desordem fiscal leva o país a ter ;uma das maiores cargas tributárias do mundo;. O mediador do debate foi o editor executivo do Correio, Vicente Nunes.
Além de Meirelles, o seminário teve a participação do secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, de economistas e de representantes de entidades do setor produtivo.
Meirelles elogiou a iniciativa do Correio e sugeriu um novo evento no fim de 2017 para comprovar as previsões que ele fez. ;Vamos estar vivendo um ambiente completamente diferente, com fisionomia mais sorridente, o que é normal num momento em que as coisas passam para melhor;, afirmou. Ele lembrou que, no alfabeto chinês, o ideograma para crise é o mesmo de oportunidade. ;Isso pode ser uma inspiração para nós brasileiros;, disse.
O ministro reconheceu que é difícil investir no país e, agora que a PEC do Teto foi aprovada, o governo prepara medidas para facilitar os negócios ; uma parte delas será anunciada hoje. ;O Brasil precisa facilitar a vida dos brasileiros para que todos possam produzir, na hora de pagar imposto, na hora de emitir nota fiscal... Tudo isso estamos trabalhando;, afirmou. Ele adiantou que o governo vai anunciar uma alternativa ao Refis para as empresas, permitindo abatimento de dívidas com a Receita Federal com prejuízos, mas não deu muitos detalhes.